sábado, 6 de agosto de 2011

Análise: OS X Lion faz Windows 8 parecer atrasado

Os dispositivos móveis mudaram completamente as expectativas sobre como os computadores devem responder ao usuário. As ações apontar e clicar foram substituídas por tocar, pegar e arrastar. Como resultado, os consumidores e funcionários de empresas que ainda utilizam um desktop querem máquinas que tenham as mesmas características de seus smartphones e tablets. Tanto a Microsoft quanto a Apple sabem disso.

A diferença entre elas é que o novo sistema operacional da Apple que se parece com o dos tablets, o OS X 10.7 “Lion”, já está pronto. Isso enquanto o Windows 8 pode ser lançado no final deste ano ou talvez em 2012, ninguém sabe ao certo. E esse é o problema de Redmond.

A Apple lançou o Lion na quarta-feira (20/07). A atualização deixa a Mac App Store na tela inicial; junta documentos do usuário, aplicativos e arquivos por meio de um hub chamado Mission Control e transforma o Mac em um grande iPad ao capacitar apps de tela cheia que reagem aos gestos multitoque.

Esses recursos não deveriam ser surpresa. Ninguém melhor do que Steve Jobs para afirmar que o iPad colocou o mouse na lista de espécies em extinção. O tablet da Apple não toma apenas 33% das vendas de PCs  – como Goldman Sachs observou – como também canibaliza o Mac.

E quanto à Microsoft? O Windows 7 talvez seja o melhor sistema operacional da companhia desde o lançamento do XP, há dez anos. A empresa trabalha arduamente para lançar o Windows 8, que também vai fornecer a opção de uso no modo tablet. O problema é que essas atualizações se tratam de outra corrida e a Microsoft está, mais uma vez, muito atrás da Apple.

A companhia de Bill Gates promete uma prévia completa do Windows 8 em sua conferência Build, em setembro. Alguns estudos afirmam que o lançamento será no final de 2011. Mas dada a característica de atraso da empresa quando se trata do lançamento de um software e ao fato de que o Windows 8  terá mudanças significativas na arquitetura, alguns estudiosos afirmam que a atualização só verá a luz do dia no meio de 2012.

Até lá, a Apple talvez já tenha garantido sua parcela em computação corporativa, ao passo que os usuários do setor pressionam os departamentos de TI para que adquiram computadores que se assemelhem com os que eles usam em casa. Para um número crescente, isso significa tablets – especialmente o iPad.

A Microsoft acredita ter um trunfo. O Windows 8 se estenderá entre os desktops e tablets, permitindo aos usuários – em teoria – trocar de dispositivo enquanto mantêm o acesso a todos os aplicativos. Já o ambiente Apple continua dividido entre o Mac OS para PCs e laptops e o iOS para tablets e smartphones – mesmo após o lançamento do Lion.

Porém a prática não é tão simples quanto a teoria. O Windows 8 irá ser executado em PCs e tablets, mas a versão tablet é construída sobre a arquitetura system-on-a-chip, da ARM, enquanto os PCs continuam com a arquitetura x86, da Intel. A empresa não revela o que essa separação significa para a compatibilidade entre as plataformas, mas a Intel alega que os apps existentes não serão executados nos Windows com o ARM. E as coisas podem se complicar ainda mais para a Microsoft, já que é possível – e até bem provável – que quando Redmond lançar o Windows 8, a Apple já tenha lançado um emulador que permita que seus usuários executem apps iOS no Lion.

O fato é que a Microsoft abriu uma nova brecha para que um competidor entre em um mercado que ela possui. Os funcionários da empresa salientaram que o iPad nem existia há dois anos, então há tempo de sobra para alcançá-lo. Com base no cenário de julho de 2011, a computação pessoal é focada em mobilidade e tablets, e não apenas no mercado consumidor. Ao dar uma rápida olhada em uma sala de reuniões de qualquer empresa a suposição de que os tablets têm impacto mínimo nas organizações é jogada por terra.

As companhias e usuários finais esperam ansiosamente pelo dia em que poderão dizer adeus aos seus desktops e abraçar os laptops “portáteis”. Com o OS X Lion, a Apple chega perto do desejo dos consumidores. Já a Microsoft usa a mesma tática com o Windows 8, só que demora demais para colocá-la em prática.

(Tradução: Alba Milena | Revisão: Thaís Sabatini)

Fonte: itweb

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