segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Carros comuns poderão ser convertidos em híbrido-elétricos


Carros comuns poderão ser convertidos em híbrido-elétricos
Motor elétrico instalado no eixo traseiro de um Audi Roadster para conversão do carro de diesel em híbrido diesel-elétrico.[Imagem: Fraunhofer IISB/Kurt Fuchs]



Com os elevados preços do petróleo, os veículos híbrido-elétricos estão cada vez mais atraindo a atenção dos consumidores. Embora muito eficientes, eles ainda são produzidos em pequena escala, o que faz com que a maioria dos modelos usados disponíveis custe mais caro do que um modelo zero quilômetro.

Mas uma solução pode estar a caminho para quem gostaria de ter um veículo híbrido e não gostaria de esperar - transformar o seu veículo atual, movido a gasolina, álcool ou diesel em híbrido elétrico.

Conversão de combustível líquido para híbrido combustível-elétrico

A pesquisa está sendo feita por engenheiros do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, com o objetivo de testar a viabilidade técnica e econômica da transformação. Os desafios são grandes, porque os veículos híbridos incorporam conceitos que não foram pensados no projeto e fabricação dos veículos tradicionais a combustível líquido.

Os engenheiros alemães planejam criar uma plataforma de tecnologia aberta que permitirá o teste e a otimização de todos os sistemas necessários à hibridização - a conversão do veículo de combustível líquido para híbrido combustível líquido-elétrico. A plataforma deverá incluir a interação dos diversos equipamentos em condições reais de tráfego.

Os testes estão sendo feitos em um Audi Roadster. "Nós somos especialistas no projeto de sistemas de eletrônica de potência que são tão compactos que eles podem ser facilmente acomodados nos espaços restritos de um veículo de série," diz o Dr. Martin März, que está coordenando o projeto.

Tração integral

Ao contrário dos carros híbridos japoneses, que já utilizam uma plataforma mais pensada para os veículos elétricos do que para os veículos atuais, a proposta da equipe do Dr. März é criar modificações que mexam o mínimo possível na motorização do carro.

Os principais componentes adicionados na conversão serão dois motores elétricos, que serão instalados no centro do eixo traseiro, cada qual ficando responsável pelo acionamento de uma roda. Com isto, não será preciso mexer no sistema de tração dianteira tradicionalmente utilizado nos carros de passeio, que será mantido.

Esse enfoque permitirá a integração de funções adicionais ao veículo convertido em híbrido, como a tração integral (tração 4 x 4) temporária.

Segundo os engenheiros, o custo de conversão de veículo para híbrido não será maior do que o custo de um opcional, como bancos de couro, por exemplo.
Fonte: Inovação Tecnológica

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Bateria de nanofios nunca precisaria ser trocada

Bateria de nanofios dura 200 vezes mais
Os melhores resultados foram obtidos com nanofios de ouro encapsulados por uma camada de dióxido de manganês e postos em um eletrólito feito com o gel polimérico. [Imagem: Mya Le Thai - 10.1021/acsenergylett.6b00029]

Bateria que não pifa
Pesquisadores da Universidade da Califórnia de Irvine, nos EUA, descobriram meio por acaso como fabricar uma bateria de nanofios que pode ser recarregada centenas de milhares de vezes.
A durabilidade é tamanha que já permite sonhar com baterias que nunca precisem ser substituídas. Embora a vida útil de um celular já seja menor que a vida útil de suas baterias, carros elétricos, naves espaciais e computadores teriam muito a ganhar com baterias de grande durabilidade.
A construção de baterias de nanofios vem chamando a atenção há algum tempo. Milhares de vezes mais finos do que um fio de cabelo humano, os nanofios são condutores excepcionais e apresentam uma grande área superficial para o armazenamento e a transferência de elétrons.
No entanto, eles são extremamente frágeis, e a expansão e contração repetida pela descarga e recarga os faz trincar, interrompendo o funcionamento da bateria.
Nanofios plastificados
Mya Le Thai resolveu este problema depois de colocar seus nanofios em um gel polimérico para facilitar os testes e tentar medir os efeitos das trincas nos nanofios individuais.
O que aconteceu é que ela fez até 200.000 ciclos de carregamento e descarregamento, ao longo de três meses, sem detectar qualquer perda de capacidade de armazenamento e sem quebrar nenhum nanofio - o patamar para que uma bateria seja considerada viável é de 1.000 ciclos.
Os melhores resultados foram obtidos com nanofios de ouro encapsulados por uma camada de dióxido de manganês e postos em um eletrólito feito com o gel polimérico. A equipe acredita que o gel plastifica o nanofio metálico e lhe dá flexibilidade, evitando rachaduras.
A fabricação de baterias práticas feitas com nanofios ainda depende do desenvolvimento de processos de fabricação em larga escala que permitam a interconexão dos filmes de nanofios para gerar baterias de grande capacidade.

Bibliografia:

100k Cycles and Beyond: Extraordinary Cycle Stability for MnO2 Nanowires Imparted by a Gel Electrolyte
Mya Le Thai, Girija Thesma Chandran, Rajen K. Dutta, Xiaowei Li, Reginald M. Penner
Energy Letters
DOI: 10.1021/acsenergylett.6b00029