quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Silício multiplica por dez capacidade das baterias de lítio

Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/11/2010

Silício multiplica por dez a capacidade das baterias de lítio

Poros minúsculos na superfície do silício dão ao material espaço suficiente para que ele se expanda e contraia sem se tornar quebradiço. [Imagem: Biswal Lab/Rice University]

Carbono versus silício

As baterias de íons de lítio, usadas em celulares e notebooks, possuem um eletrodo negativo, ou anodo, feito de um material à base de carbono .

O carbono é necessário para acomodar os íons de lítio que se separam na reação que gera a corrente que sai da bateria. Esses íons depois voltam à bateria, durante o processo de recarregamento.

Ou seja, a capacidade de uma bateria de lítio é grandemente determinada pela capacidade do carbono em acomodar os íons.

Ocorre que o silício consegue acomodar 10 vezes mais íons de lítio do que o carbono. Então, por que não usar o silício e resolver de vez o grande gargalo para a disseminação dos carros elétricos?

A razão é simples: depois de uns poucos ciclos de carga e recarga, o silício se esfarela e a bateria vai para o beleléu.

Espaço para expansão

Agora, cientistas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, em um projeto conjunto com a empresa Lockheed Martin, descobriram uma forma de aumentar a vida útil dos anodos de silício.

Outros cientistas vêm tentando usar nanofios de silício para aumentar a capacidade das baterias de lítio, mas Lisa Biswal e seus colegas adotaram uma estratégia diferente.

Eles descobriram que basta perfurar poros minúsculos, na faixa dos micrômetros, na superfície do silício, o que dá ao material espaço suficiente para que ele se expanda e contraia sem se tornar quebradiço.

Enquanto uma bateria comum de íons de lítio - onde "comum" deve ser entendido como as melhores baterias disponíveis hoje no mercado - comporta cerca de 300 miliamperes/hora por grama de anodo de carbono, os cientistas verificaram que um anodo feito com o silício tratado pode armazenar mais de 3.000 miliamperes/hora por grama.

Silício multiplica por dez a capacidade das baterias de lítio

"Nossas baterias atuais aguentam de 200 a 250 ciclos, muito mais do que as baterias de nanofios," diz Biswal. [Imagem: Biswal Lab/Rice University]

O grupo argumenta que a criação dos nanoporos é mais simples do que a fabricação dos nanofios.

Nanoporos

Os poros, com 1 micrômetro de diâmetro e entre 10 e 50 micrômetros de profundidade, são perfurados quando cargas positivas e negativas são aplicadas aos dois lados da pastilha de silício, que é então mergulhada em um solvente hidrofluórico.

"Os átomos de hidrogênio e flúor se separam," explica Biswal. "O flúor ataca um dos lados do silício, formando os poros. Eles se formam verticalmente por causa da diferença de potencial."

O resultado é uma pastilha parecida com um queijo suíço. E um queijo onde as dimensões dos buracos são realmente essenciais: se eles forem grandes demais, haverá menos silício para absorver os íons de lítio; e se eles forem pequenos demais, o material não terá espaço para se expandir e voltará a se tornar quebradiço.

Outra vantagem em relação às baterias de nanofios de silício é a vida útil: "Nossas baterias atuais aguentam de 200 a 250 ciclos, muito mais do que as baterias de nanofios," diz Biswal.

Ainda é menos do que os 1.000 ciclos considerados necessários para que uma bateria se torne comercialmente viável. Por outro lado, isso pode se mostrar relativo para uma bateria que consiga armazenar 10 vezes mais energia.

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

Telas flexíveis de papel prometem leitores eletrônicos descartáveis

Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/11/2010

Papel eletrônico de papel promete telas descartáveis

A nova tecnologia de geração de imagens promete tornar os leitores eletrônicos - os chamados e-Readers - tão baratos que poderão até mesmo ser descartáveis. [Imagem: University of Cincinnati Nanoelectronics Laboratory]

Uma nova tecnologia de geração de imagens para telas e monitores poderá permitir que os papéis eletrônicos e os leitores eletrônicos - os chamados e-Readers - tornem-se tão baratos que poderão até mesmo ser descartáveis.

Embora o setor de alta tecnologia ainda não esteja muito avançado quando o assunto é a reciclagem, equipamentos mais baratos têm um grande apelo e podem viabilizar novas aplicações.

Telas de papel e água

O grupo do Dr. Andrew Steckl, da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, começou a brilhar no mundo das telas e monitores em 2004, quando lançaram os primeiros pixels baseados em elementos de terras raras.

Agora, Steckl e seu colega Duk Young Kim descobriram que é possível usar papel comum como substrato flexível para um tipo de tela baseada em um princípio chamado eletroumectação.

A eletroumectação consiste na aplicação de um campo elétrico em minúsculas gotas de água coloridas, dispensando o uso de filtros e tornando a tecnologia potencialmente muito mais barata.

As telas de aparelhos como o iPad utilizam tecnologias muito mais complicadas e mais caras, cujos circuitos são montados em placas rígidas de vidro. Leitores como o Kindle, por sua vez, embora já utilizem eletrônica orgânica, que pode potencialmente chegar a ser flexível, ainda estão limitados aos tons de cinza.

Papel eletrônico

"Um dos principais objetivos do papel eletrônico é replicar a aparência e a sensação do papel impresso real," defendem os pesquisadores em um artigo que mereceu a capa da atual edição de uma das revistas científicas mais importantes da área.

Com tal purismo, os cientistas nem foram atrás de imitações, e resolveram usar o próprio papel como substrato.

"Com o papel certo, com o processo certo e com a técnica de fabricação adequada, você pode obter resultados que são tão bons quanto os que você obtém com o vidro, e nossos resultados são bons o suficientes para um leitor eletrônico capaz de mostrar vídeos," diz o Dr. Steckl.

Papel eletrônico de papel promete telas descartáveis

A eletroumectação consiste na aplicação de um campo elétrico em minúsculas gotas de água coloridas, dispensando o uso de filtros e tornando a tecnologia potencialmente muito mais barata. [Imagem: Kim/Steckl/ACS]

Segundo ele, uma tela baseada no seu papel eletrônico poderá ser totalmente enrolável, vai lembrar o papel em aparência e ao toque, e poderá ser usada para leitura, para navegação na internet ou para ver filmes, mesmo em condições externas, com o dia claro.

"Nós esperamos ter algo que realmente se parecerá com papel, mas se comportará como um monitor de computador em termos de sua capacidade de armazenar e mostrar informações. Nós poderemos ter algo que será muito barato, muito rápido, full-color e que, no final do dia ou da semana, você poderá jogar no lixo," prevê o pesquisador.

Leitores eletrônicos descartáveis

E por que alguém iria querer jogar seu Kindle ou seu iPad no lixo depois de apenas uma semana de uso, se ele pode ser usado para múltiplas leituras?

O Dr. Steckl defende seu ponto de vista: "Em geral, este é um método elegante para reduzir a complexidade do aparelho e o seu custo, resultando em equipamentos descartáveis."

Elegante ou não, reciclar o novo papel eletrônico do Dr. Steckl será realmente muito mais simples do que reciclar as telas atuais.

Só que reciclar papel comum é mais simples do que reciclar o novo papel eletrônico - mas provavelmente este não será assim tão barato a ponto de viabilizar jornais e revistas de papel eletrônico e a preocupação provavelmente se mostrará injustificada.

Steckl e Kim foi a mesma dupla que inventou o LiquiFET, o primeiro transístor de estado líquido, um marco no desenvolvimento dos biochips.

Bibliografia:
Electrowetting on Paper for Electronic Paper Display
Duk Young Kim, Andrew J. Steckl
Applied Materials & Interfaces
November 2010
Vol.: Article ASAP
DOI: 10.1021/am100757g

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

Chip do futuro é assado em forno de micro-ondas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/12/2010

Chip do futuro é assado em forno de micro-ondas

As nanopartículas se organizam sozinhas para formar os moldes, que depois são preenchidos com os materiais com que serão feitos os circuitos eletrônicos.[Imagem: Zhang et al./ACS Nano]

Automontagem

Graças a um prosaico forno de micro-ondas, um processo fundamental da nanotecnologia, chamado automontagem, poderá no futuro substituir o processo de litografia, com que são construídos os chips de hoje.

A automontagem acontece quando as próprias moléculas se organizam para formar estruturas maiores ou se organizam em padrões bem definidos.

É como se os ingredientes se juntassem sozinhos para formar o bolo de uma receita nanotecnológica.

Recentemente, pesquisadores do MIT demonstraram que a automontagem é capaz de formar todos os sete desenhos básicos considerados essenciais para a fabricação de circuitos eletrônicos - veja Automontagem molecular: vêm aí os chips que se constroem sozinhos.

Jillian Buriak e seus colegas da Universidade de Alberta, no Canadá, estavam trabalhando na mesma linha, quando alguém se cansou dos fracos resultados obtidos com o forno convectivo utilizado na pesquisa e resolveu enfiar tudo em um micro-ondas.

O resultado foi que as nanopartículas se organizaram em padrões regulares de forma extremamente rápida - reduzindo o tempo de processamento da receita nanotecnológica de dias para menos de um minuto.

Processador no micro-ondas

O tempo de processamento é muito importante para que o processo de automontagem possa ser adotado na indústria de semicondutores - da mesma forma que no mundo da culinária ninguém se interessaria por um bolo que demorasse dois dias para assar.

Chip do futuro é assado em forno de micro-ondas

As nanopartículas se organizaram em padrões regulares de forma extremamente rápida - reduzindo o tempo de processamento da receita nanotecnológica de dias para menos de um minuto. [Imagem: Zhang et al./ACS Nano]

A técnica, que utiliza copolímeros de bloco, primeiro força os nanomateriais a criarem os moldes e, a seguir, preenche os moldes com o material desejado. Isto produz componentes muito menores do que é possível com fotolitografia.

Mas o tempo necessário para que as moléculas se organizassem sozinhas para formar o molde era considerado longo demais pela indústria - especialistas da estipularam para os cientistas uma meta de 4 minutos para o processo, um tempo no qual o uso da técnica em escala industrial começa a ser factível.

Os cientistas canadenses superaram muito a meta, ficando abaixo de um minuto.

"Este é um dos primeiros exemplos do processo de automontagem sendo usado para resolver um problema do mundo real para a indústria de semicondutores," diz Buriak. "Nós já temos o processo. O próximo passo é usá-lo para construir componentes úteis."

Usos da automontagem

A pesquisa já havia rendido outros frutos quando, em 2009, um primórdio desse método permitiu a construção de células solares orgânicas mais eficientes.

Em seu caminho em busca de dominar o processo de fabricação de equipamentos nanoeletrônicos, a automontagem está mais avançada no campo dos discos rígidos, das memórias e das telas LCD.

Bibliografia:
Fast Assembly of Ordered Block Copolymer Nanostructures through Microwave Annealing
Xiaojiang Zhang, Kenneth D. Harris, Nathanael L. Y. Wu, Jeffrey N. Murphy, Jillian M. Buriak
ACS Nano
DOI: 10.1021/nn102387c
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/nn102387c

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ícones, janelas, menus - Quando a informática vai evoluir?

Cordis - 17/07/2009

A interação homem-computador está passando por uma revolução, entrando em uma era multimodal que vai muito, muito além do atual paradigma, chamado WIMP - Windows-Ícones-Menus-Ponteiros. Agora, um grupo de pesquisadores europeus desenvolveu uma nova plataforma de desenvolvimento gratuita que poderá acelerar essa revolução.

Problema complexo

Nós temos a tecnologia. Então, por que nossas interfaces primárias homem-computador continuam baseadas no paradigma WIMP, que já tem 35 anos de idade?

Voz, gestos, toque, háptica, feedback de força e muitos outros sensores ou atuadores já estão disponíveis, prometendo simplificar e simultaneamente melhorar a interação dos humanos com os computadores. Mas nós continuamos travados a cento e poucas teclas, um mouse e dores nos pulsos.

Em parte, o passo lento do desenvolvimento de interfaces é apenas a história se repetindo. A história dos sistemas mecânicos que funcionavam mais rápido do que a escrita manual é uma saga de 150 anos e, eventualmente, levou ao desenvolvimento do teclado padrão QWERTY nos início dos anos 1870.

Em parte, o problema é de complexidade. As interfaces devem se adaptar à morfologia e à neurologia humanas e têm que tornar seu trabalho mais fácil do que era antes. Pode levar um bocado de tempo para descobrir como otimizar essas interfaces.

A revolução das interfaces

A revolução já começou, com os sistemas de toque e os sistemas baseados em gestos reinventando os telefones celulares e os videogames. Mas o ritmo do desenvolvimento e da chegada desses avanços ao mercado tem sido dolorosamente lento.

É isso o que querem mudar os pesquisadores do projeto OpenInterface (interface aberta) que iniciou seu trabalho a partir dos muitos dispositivos de interação atualmente disponíveis - telas de toque, sensores de movimento, reconhecimento de voz e muitos outros - e está trabalhando para criar um programa de desenvolvimento de código aberto capaz de dar suporte de forma rápida e fácil ao projeto e desenvolvimento de novas interfaces de usuário mesclando os diversos tipos de dispositivos de entrada de dados disponíveis.

"Esses dispositivos e modalidades de uso estão disponíveis há muito tempo, mas sempre que os desenvolvedores tentam empregá-los em novas aplicações ou simplificar seu uso, eles precisam reinventar a roda," diz Laurence Nigay, coordenador do projeto OpenInterface.

Sistema de desenvolvimento de interfaces multimodais

A nova plataforma OpenInterface pretende acabar com isso. A plataforma consiste em um kernel, que é uma ferramenta gráfica para a montagem de componentes e um repositório de componentes de software.

O sistema OpenInterface permite que os desenvolvedores explorem diferentes possibilidades de interação. Um desenvolvimento mais rápido significa mais iterações de uma nova interface para se obter uma interface multimodal que seja utilizável.

No estágio atual, o sistema inclui vários dispositivos e modalidades de interação, incluindo o Shake, um dispositivo de sensoriamento de movimento, o Wii remoto (Wiimote), o iPhone, dispositivo de captura Interface-Z, vários programas de reconhecimento de voz, acompanhamento do movimento dos dedos por câmeras e vários conjuntos de ferramentas, incluindo ARToolKit e Phidgets.

Os pesquisadores já construíram diversos tipos de aplicativos que demonstram a capacidade do novo sistema, mesclando os diversos recursos à sua disposição. Um deles usa um Wiimote para operar a visualização de slides. Outro desenvolveu controles para um videogame usando o sensor de rotação do iPhone em conjunto com o sensor de movimento do Wiimote.

Os usuários podem escolher qualquer dispositivo de interação que queiram.

Aplicações multimodais para PC e celular

"Todas essas aplicações foram desenvolvidas simplesmente para demonstrar a capacidade do sistema OpenInterface para desenvolver rapidamente e prototipar novas interfaces multimodais em um PC e em telefones celulares combinando diversos dispositivos de controle," explica Nigay.

As aplicações multimodais podem ser desenvolvidas tanto para PC quanto para telefones celulares. O sistema é de código aberto - o que significa que é gratuito - e suporta várias linguagens de programação.

O OpenInterface pode ser baixado do site www.oi-project.org. Veja na seção Showcase do site mais filmes demonstrando as possibilidades de uso da nova ferramenta.

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

IBM anuncia processadores com comunicação por luz

Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/12/2010

IBM anuncia processadores com comunicação por luz

A nova tecnologia CMOS Integrated Silicon Nanophotonics integra componentes elétricos e ópticos na mesma pastilha de silício, permitindo processadores de computador que se comunicam usando pulsos de luz em vez de sinais elétricos. [Imagem: IBM]

A IBM anunciou o desenvolvimento de uma nova tecnologia para a construção de processadores que integra componentes elétricos e ópticos na mesma pastilha de silício.

A tecnologia permite que os chips de computador comuniquem-se usando pulsos de luz em vez de sinais elétricos.

Processamento cerebral

Os novos processadores permitirão que se alcance a faixa dos exaflops - 1018 (1 milhão de trilhões) cálculos de ponto flutuante por segundo - uma velocidade mil vezes maior do que a alcançada pelos supercomputadores mais poderosos da atualidade, que acabam de superar a faixa dos petaflops.

Segundo os pesquisadores da empresa, supercomputadores na faixa dos exaflops terão a mesma capacidade de "processamento" que o cérebro humano.

Fora do âmbito especulativo, o fato é que os novos processadores nanofotônicos poderão ser construídos em pastilhas de silício 10 vezes menores do que os atuais e consumirão muito menos energia ao trocar a eletricidade pela luz, permitindo que eles funcionem em clocks mais elevados.

A nova tecnologia é chamada CMOS Integrated Silicon Nanophotonics, o que significa que os chips que se comunicam por luz poderão ser fabricados usando os processos industriais atuais (CMOS) - os transistores de silício e os componentes nanofotônicos ficam na mesma pastilha.

"Nossa nanofotônica integrada CMOS promete um aumento sem precedentes na funcionalidade e no desempenho dos chips por meio de comunicações ópticas de baixa potência entre bastidores, módulos, processadores ou mesmo dentro de um único chip," disse o Dr. Yurii Vlasov, responsável pelo desenvolvimento, juntamente com seus colegas William Green e Solomon Assefa.

"O próximo passo nesse avanço é o desenvolvimento da manufatura deste processo em uma fábrica comercial, usando os processos CMOS," disse ele.

Integração de alta densidade

A densidade de integração alcançada nos chips fotônicos é muito superior a qualquer outro já anunciado em tecnologias similares - um canal transceptor, com todos os circuitos elétricos e ópticos, ocupa 0,5 milímetro quadrado (mm2).

Segundo os pesquisadores, isso permitirá construir chips de 4 x 4 mm2, que poderão receber e transmitir dados na faixa dos terabits por segundo.

O anúncio agora feito é o coroamento de uma série de realizações da empresa no campo da fotônica ao longo dos últimos anos:

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Humanos wireless vão virar antenas móveis de celular e internet

Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/11/2010

Humanos wireless vão virar antenas móveis de celular e internet

A equipe do Dr. Simon Cotton já está trabalhando no desenvolvimento do conceito de "comunicações centradas no corpo". [Imagem: QUB]

Comunicações centradas no corpo

Em um futuro não muito distante, cada pessoa poderá se transformar em um repetidor de sinais, funcionando como um ponto de acesso móvel para a internet ou para a transmissão dos sinais de telefonia celular.

Segundo pesquisadores da Universidade de Belfast, no Reino Unido, para que os "humanos wireless" tornem-se uma realidade, basta que cada um leve consigo um sensor especial - como humanos já não usam fios para se plugar, o conceito se refere a usar os humanos como suporte às redes sem fios.

A disseminação dos sensores pela cidade permitirá a criação de uma nova infraestrutura de banda ultra larga móvel, reduzindo a necessidade da instalação das estações base de telefonia móvel e criando pontos de acesso à internet em virtualmente toda a cidade, bastando que haja um número suficiente de pessoas nas imediações.

A equipe do Dr. Simon Cotton já está trabalhando no desenvolvimento do conceito de "comunicações centradas no corpo".

Redes corpo a corpo

Segundo o cientista, além da redução no custo da infraestrutura e uma maior largura de banda disponível para todos, os benefícios dos humanos wireless incluem uma grande melhoria nos jogos para celulares e nos serviços de saúde à distância, além da possibilidade de acompanhamento de atletas com precisão e em tempo real.

A ideia dos cientistas é incorporar os sensores em uma futura geração de telefones celulares e outros equipamentos eletrônicos portáteis, que se comunicariam de forma autônoma para criar grandes "redes corpo a corpo" - ou BBNs (body-to-body networks).

O próprio pesquisador explica seu projeto.

"Nos últimos anos, tem-se realizado muitas pesquisas em antenas e sistemas projetados para compartilhar informações sobre a superfície do corpo humano. Até agora, pouco se fez para resolver o próximo grande desafio, que é uma das últimas fronteiras das comunicações sem fios - como aquela informação pode ser transferida de forma eficiente para uma posição fora do corpo.

"A disponibilidade de redes corpo a corpo poderia trazer grandes benefícios sociais, incluindo a melhoria significativa dos serviços de saúde, através do uso de sensores junto ao corpo, para o monitoramento rotineiro em larga escala e para o tratamento de doenças fora dos centros médicos. Isto pode reduzir consideravelmente os custos do sistema de saúde e ajudar a tornar uma realidade a visão de cuidar da saúde dos idosos em casa.

Energia humana

"Se a ideia decolar, as redes corpo a corpo também poderiam levar a uma redução do número de estações de base necessárias para o serviço de telefonia móvel, particularmente em áreas de grande densidade populacional. Isto poderia ajudar a aliviar a percepção pública dos efeitos adversos à saúde associados com as torres atuais e tornar o sistema ambientalmente mais amigável devido a um consumo de energia muito menor," descreve o professor Cotton.

O próximo passo é partir das ideias para a prática.

O professor Cotton está coordenando um grupo de pesquisadores de diversas instituições europeias, além de pesquisadores da indústria, para construir os primeiros protótipos da rede corpo a corpo. Ele estima que terá os primeiros resultados em cinco anos.

Recentemente, pesquisadores coreanos demonstraram que o corpo humano é capaz de transmitir sinais de banda larga. Veja também a reportagem Antenas no interior do corpo humano vão monitorar saúde continuamente.

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

F5 – Informática BESKOW

Vídeo 3D holográfico começa a virar realidade

Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/11/2010

Vídeo holográfico 3D começa a virar realidade

Este é o primeiro protótipo a demonstrar a possibilidade de construção de um sistema holográfico a cores. [Imagem: Blanche et al./Nature]

Telas 3D holográficas

Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, desenvolveram um sistema holográfico capaz de transmitir uma série de imagens 3D realísticas em tempo quase real.

A projeção holográfica cria imagens realmente 3D, ao contrário dos mecanismos utilizados no cinema e nas TVs 3D. Por isso, a holografia dispensa o uso de óculos ou qualquer outro aparato para visualização.

A tecnologia é a mais promissora para tornar realidade as projeções vistas, por exemplo, no filme Guerra nas Estrelas, principalmente na famosa cena onde o robô R2D2 mostra a imagem da Princesa Leia flutuando no ar.

Mas o ritmo de desenvolvimento da holografia tem-se mostrado mais lento do que se esperava inicialmente.

Holografia ganha quarta dimensão

Agora, Pierre-Alexandre Blanche e seus colegas finalmente adicionaram a quarta dimensão à holografia: além de gerar a imagem holográfica propriamente dita, eles conseguiram gerar imagens em sequência temporal, criando um filme, e transmiti-lo de um projetor para outro.

O sistema holográfico, que ganhou a capa da edição desta semana da revista Nature, incorpora um novo polímero fotorrefrativo - que consegue atualizar rapidamente as imagens holográficas e pode ser fabricado em escala industrial - acoplado a um sistema de gravação e transmissão das imagens 3D por meio de uma rede comum, padrão Ethernet, ou mesmo pela internet.

Os materiais usados até agora para a gravação de imagens holográficas não eram regraváveis, ou seja, parecem-se mais com as mídias CD-R ou DVD-R, que só podem gravadas uma vez. Uma outra categoria, ao contrário, aceita inúmeras gravações, mas a imagem desaparece tão logo a fonte de luz é desligada, sem dar tempo para que a próxima imagem seja gerada.

O novo polímero fotorrefrativo resolve os dois problemas.

"Este avanço nos leva um passo mais próximo do nosso objetivo final, que é a telepresença holográfica realista com alta resolução, colorida e de tamanho humano - imagens 3D que possam ser enviadas na velocidade das taxas de atualização de vídeo de uma parte do mundo para outra," afirma Nasser Peyghambarian, coautor do trabalho.

Vídeo holográfico 3D começa a virar realidade

A tela holográfica 3D tem 10 polegadas, mas o grupo já está testando uma versão de 17 polegadas. [Imagem: University of Arizona]

Holografia a cores

Na etapa anterior da pesquisa, os cientistas haviam criado um sistema de geração de imagens holográficas no polímero, e que podia ser atualizado - mas as imagens levavam quatro minutos para serem redesenhadas.

Agora, o novo sistema consegue atualizar as imagens a cada dois segundos - ainda não é o ideal para uma videoconferência realista, mas é mais de cem vezes mais rápido do que o protótipo anterior, mostrando o potencial da técnica.

Outra grande inovação em relação a outros sistemas holográficos experimentais é que este é capaz de gerar imagens coloridas, graças à utilização de um laser único para desenhar as imagens.

Ainda que a a taxa de atualização das imagens coloridas seja mais lenta do que para as imagens monocromáticas, o protótipo demonstra a possibilidade de construção de um sistema holográfico a cores.

Vídeo holográfico 3D começa a virar realidade

Cada pulso do laser grava um "hogel" individual no polímero - o hogel é o pixel holográfico, a unidade básica que compõe a imagem 3D. Hogel é um acrônimo para HOloGraphic pixEL. [Imagem: Blanche et al./Nature]

Pixel holográfico

A imagem 3D é gravada usando um conjunto de câmeras comuns, cada uma delas focando o objeto a partir de uma perspectiva diferente. Quando mais câmeras forem usadas, maior é a qualidade e a resolução final da imagem.

A informação gerada pelas câmeras é então codificada em um feixe de laser pulsado. Ao interagir com outro feixe de laser, que serve como referência, gera-se um padrão de interferência. É este padrão que é escrito no polímero fotorrefrativo, no qual a imagem é não apenas mostrada, mas também armazenada.

Cada pulso do laser grava um "hogel" individual no polímero - o hogel é o pixel holográfico, a unidade básica que compõe a imagem 3D. Hogel é um acrônimo para HOloGraphic pixEL.

O polímero permite que uma nova imagem seja gravada rapidamente, substituindo a anterior quando se cria uma nova estrutura de difração que deleta o padrão que estava sendo mostrado. Se não for manipulada, a imagem desaparece do polímero em cerca de dois minutos.

Vídeo holográfico 3D começa a virar realidade

Vivian Sieh, membro da equipe, mostra o polímero fotorrefrativo que permitiu a criação das primeiras telas 3D holográficas. A taxa de atualização das imagens é de dois segundos. [Imagem: University of Arizona]

3D real

O professor Peyghambarian destaca que um dos maiores feitos do trabalho foi a obtenção de uma paralaxe total: "Conforme você move a cabeça para a esquerda e para a direita, ou para cima e para baixo, você vê diferentes perspectivas. Isso contribui para uma imagem muito realista, como os seres humanos estão acostumados a ver."

O trabalho é resultado de uma colaboração entre os cientistas da Universidade do Arizona e da empresa Nitto Denko Technical, que fabrica os polímeros fotorrefrativos.

Como o pulso do laser é extremamente rápido, o equipamento de geração e projeção das imagens é muito robusto, não sendo afetado por vibrações, ruídos ou variação de temperatura no ambiente.

O sistema representa um grande avanço em relação aos hologramas gerados por computador, que exigem um poder computacional muito grande para a geração de cada imagem, embora cientistas de Cingapura tenham recentemente feito avanços significativos também nessa área - veja Hologramas: imagens 3D realísticas estão chegando aos computadores.

Aplicações da holografia

O protótipo agora apresentado usa uma tela polimérica de 10 polegadas, mas o grupo já está testando uma versão de 17 polegadas.

Além do entretenimento, a projeção holográfica deverá ter grande impacto nas telecomunicações, servindo a aplicações como teleconferências, telemedicina, demonstração e desenvolvimento de produtos etc.

"A telepresença holográfica significa que poderemos gravar uma imagem em três dimensões em um lugar e mostrá-la em outro lugar, em tempo real, em qualquer lugar do mundo", afirma Peyghambarian.

Bibliografia:
Holographic three-dimensional telepresence using large-area photorefractive polymer
P.-A. Blanche, A. Bablumian, R. Voorakaranam, C. Christenson, W. Lin, T. Gu, D. Flores, P. Wang, W.-Y. Hsieh, M. Kathaperumal, B. Rachwal, O. Siddiqui, J. Thomas, R. A. Norwood, M. Yamamoto, N. Peyghambarian
Nature
3 November 2010
Vol.: 468, 80-83
DOI: 10.1038/nature09521

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um app para controlar o carro

Nos EUA existe um serviço bem legal que se chama OnStar. A OnStar é um produto da GM e é quase um serviço de assistência que aqui no Brasil as seguradoras acabam oferecendo e não as montadoras. O servíco é integrado aos carros que contam com um botão no retrovisor. Através dele pode-se pedir ajuda para chegar a um endereço e programar a unidade de GPS integrada ao painel. Diga-se de passagem que o botão a que me referi efetua uma ligação para a central de atendimento onde uma pessoa fala com você.

A ligação é feita sem utilizar o seu telefone, mas sim utilizando os equipamentos instalados no carro. O Chevrolet Volt, primeiro carro elétrico, nesta nova etapa da GM, já que no passado já existiu o EV-1, que sumiu do mapa pelas mãos da própria GM, terá o sistema instalado no carro e ainda contará com um App para iPhone onde será possível fazer algumas das funções que o OnStar oferece.

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Dá para por exemplo, ligar o carro remotamente e assim pré-aquecer ou refrigerar o carro de modo que quando você chegue nele ele já esteja pronto e na temperatura certa para dirigir com conforto. Para nós, aqui no Brasil, isto será bastante útil. Além desta prática função, ainda é possível verificar dados como quantos litros ainda restam no tanque, média de consumo e necessidade de troca do óleo.

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O App, que se esperava ser exclusivo para o Volt, passará no ano que vem a estar disponível para a maioria dos carros que o conglomerado sob a bandeira da GM.

Via OhGizmo.

Fonte: Bernabauer

Ricardo M. Beskow

Você sabe o que fazer com seu lixo eletrônico?

Caminhão de lixo

Visitamos um galpão da USP onde todo o material descartado ganha novos usos, evitando que contaminem o meio ambiente

Computadores, câmeras, máquinas fotográficas, notebooks, equipamentos que perderam a utilidade para seus donos. No galpão, na USP, a Universidade de São Paulo, esse material que poderia virar lixo eletrônico ganha novos usos, evitando que metais pesados e mesmo metais preciosos sejam jogados em aterros sanitários, contaminando o meio-ambiente.

No início do projeto, a previsão era receber entre 500 e 1000 equipamentos por mês. Mas os resultados deste primeiro ano surpreenderam... Quem não tem um eletrônico velho, encostado em algum lugar ou esquecido em alguma gaveta?

"Nós esperávamos coletar por volta de 500 computadores ao mês, que daria por volta de 5 toneladas em média e nós estamos chegando por volta de 10 toneladas por mês", conta a profª. Tereza Cristina, coordenadora do Cedir.

Na primeira fase do projeto, essa estação só recebia o lixo eletrônico gerado pela própria USP. Agora, todo mundo pode usar o serviço. Quem quiser entregar seus equipamentos usados para reciclagem precisar agendar um horário. Uma vez aqui, o material passa por uma triagem para avaliação. É nesta fase que é dado o veredito final: vira sucata ou não?! Se não houver mais salvação, o equipamento é inteirinho desmontado, separado por tipo de material e, por fim, encaminhado para a reciclagem.

Os computadores mais velhinhos, com processadores abaixo dos Pentium 4, por exemplo, viram sucata na hora. Já os mais "novos", passam por uma rápida manutenção, ganham softwares atualizados e depois são emprestados para projetos sociais por um período de aproximadamente dois anos.

"Vamos supor que eles [os computadores] tenham dois ou três anos de vida. Depois disso, se jogar as máquinas no lixão ainda teremos problemas de contaminação do meio ambiente. Então, a ideia é fazer os usuários devolverem e se a gente tiver outro computador bom, a gente faz uma troca", explica Tereza.

Alguns equipamentos são muito velhos, tão velhos que, em vez de serem reciclados, viram peça de museu. Por enquanto, eles estão aqui, separadinhos, à espera do museu de informática sair do papel.

"É uma iniciativa da diretoria da escola Politécnica, montar um museu que possa trazer um pouco da história da computação e da telefonia", finaliza.

E então, tem algum equipamento velhinho em casa e não sabe o que fazer?! Agende a entrega do seu lixo eletrônico por meio do Help Desk, pelos telefones (11) 3091-6454, 3091-6455 ou 3091-6456. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 18h00 ou pelo e-mail consulta@usp.br.

Fonte: Vídeo – Olhar Digital

Ricardo M. Beskow

Carteira eletrônica: Pague suas contas pelo celular!

Bancos e operadoras de telefonia móvel estão se unindo para permitir que o celular faça a vez dos cartões de crédito, débito e também do dinheiro

Com acesso à internet, hoje a maioria dos aparelhos permite que o usuário acesse sua conta bancária, cheque o saldo, faça algumas transações e até alguns pagamentos. Agora bancos e operadoras de telefonia móvel estão se unindo para permitir que o celular faça a vez dos cartões de crédito, débito e também do dinheiro. A novidade deve revolucionar os pagamentos eletrônicos.

"Uma carteira eletrônica é um local onde se coloca seus cartões de crédito e eventualmente dinheiro. A carteira eletrônica no celular deve ter essas duas funcionalidades", explica Cláudio Prado, diretor executivo de tecnologia do Santander Brasil.

Esta tecnologia está próxima de se tornar realidade, o processo só depende de um entendimento entre reguladores – neste caso o Banco do Brasil e a Anatel – as operadores de telefonia móvel e instituições financeiras. As questões tecnológica e de infra-estrutura estão praticamente resolvidas.

"As grandes tecnologias que estão envolvidas são a segurança que o celular tem no próprio chip, com criptografia dentro da rede GSM, e a rede de comunicação que evoluiu do GPRS, do EDGE e agora do 3G, que tem uma velocidade e uma capacidade de comunicação grande", afirma Cláudio Prado.

Além do acesso à internet, o pagamento via telefone celular também poderá ser feito através des mensagens SMS – compatíveis com qualquer aparelho, desde os mais simples até os mais sofisticados. Existe também a tecnologia chamada NFC, na qualum segundo chip no celular faz com que o débito seja feito pelo aparelho apenas tendo que o aproximar de um sensor. Assim, não só como substituto do dinheiro e dos cartões, o celular poderia ser usado como vale-transporte ou vale-alimentação.

Eduardo Tude, presidente da Teleco, esclarece como a tecnologia pode beneficiar o comércio brasileiro, "em muito lugares onde não existem a máquina do cartão de crédito, o lojista poderia usar o próprio celular para efetivar o pagamento. Dessa forma a gente poderia ampliar muito os pontos de venda que aceitam o cartão de crédito através do celular, como motoristas de táxi e vendedores na praia".

O que os bancos estão buscando fazer é uma estrutura de pagamentos instantâneos em que pequenos valores. Atualmente, vendedores já podem receber pagamentos com cartões. Um aplicativo lançado há pouco mais de uma semana para iPhone, iPad e iPod Touch possui um sistema instalado em que a loja só precisa entrar alguns dados, como valor e dados do cartão para validar a venda. Para funcionar, o aparelho precisa estar conectado à internet via rede 3G ou wi-fi. "Os dados são criptografados, então eles não ficam guardados no celular, o que dá uma segurança maior tanto para a pessoa física quanto para o lojista", afirma Rômulo Dias, presidente da Cielo, rede de pagamentos eletrônicos responsável pelo aplicativo.

Fonte: Vídeo - Olhar Digital

Ricardo M. Beskow

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Disco rígido quântico chega aos quatro bits

Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/11/2010

Disco rígido quântico chega aos quatro bits

O entrelaçamento quântico é um recurso por excelência do mundo quântico e envolve correlações entre os componentes do sistema físico que não podem ser descritos pela física clássica. [Imagem: Akihisa Goban]

Em um experimento que está sendo comparado a um "disco rígido" para um computador quântico, cientistas demonstraram o funcionamento conjunto de quatro memórias quânticas fisicamente isoladas.

Entrelaçamento quádruplo

Os cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, criaram um entrelaçamento de um estado quântico armazenado em quatro memórias atômicas espacialmente distintas.

O experimento é um passo adiante em relação a uma pesquisa histórica, feita por cientistas brasileiros, que demonstraram o entrelaçamento quântico triplo pela primeira vez em 2009.

Posteriormente, os brasileiros demonstraram razões para a chamada "morte súbita", a perda do entrelaçamento entre as partículas, com a consequente perda dos dados das memórias quânticas.

No experimento agora realizado pela equipe norte-americana, as memórias quânticas são lidas por quatro feixes de luz, o que permite o entrelaçamento entre todas elas - o entrelaçamento permite que duas ou mais partículas compartilhem suas propriedades mesmo sem qualquer ligação física entre elas.

"Disco rígido" quântico

A agregação de memórias adicionais fez com que os pesquisadores se entusiasmassem - com razão - e sugerissem que o complexo aparato óptico pode ser comparado aos primórdios de um disco rígido dos computadores quânticos, funcionando como o depósito dos dados.

A pesquisa representa uma importante conquista na ciência da informação quântica, estendendo o controle do entrelaçamento para quatro sistemas separados espacialmente, permitindo a troca de informações entre a matéria e a luz - os feixes de laser leem os dados no aglomerado de átomos e os fótons coordenados podem ser distribuídos por redes quânticas para a transmissão dos dados ou para processamento.

Na pior da hipóteses, se não viabilizar um computador quântico, um sistema assim poderá permitir a realização do sonho de Richard Feynman, que propôs há mais de 30 anos que o aparato serviria como um simulador quântico, que permitirá o estudo dos fenômenos do mundo quântico.

Possibilidades

O entrelaçamento quântico é um recurso por excelência do mundo quântico e envolve correlações entre os componentes do sistema físico que não podem ser descritos pela física clássica.

Embora pareça estranho, não existe nenhuma realidade objetiva para as propriedades físicas de um sistema quântico entrelaçado. Em vez disso, um sistema entrelaçado contém simultaneamente múltiplas possibilidades de suas propriedades.

Estranho ou não, o entrelaçamento quântico é considerado pelos cientistas como a base para futuras tecnologias, como computação quântica, criptografia quântica e teletransporte quântico.

Em 2009, a mesma equipe usou uma esfera que levita por luz para demonstrar fenômenos quânticos.

Bibliografia:
Entanglement of spin waves among four quantum memories
K. S. Choi, A. Goban, S. B. Papp, S. J. van Enk, H. J. Kimble
Nature
17 November 2010
Vol.: 468, 412-416
DOI: 10.1038/nature09568

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

Kandou - seu computador ainda vai ter um

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/11/2010

Kandou - seu computador ainda vai ter um

Ao longo dos últimos 10 anos, os barramentos dos computadores vêm sendo modificados, adotando novas técnicas de transmissão dos sinais. [Imagem: EPFL]

A melhor estimativa feita até agora cravou em 150 bilhões de kWh o consumo de eletricidade de todos os computadores do mundo.

Qualquer fração de redução em tamanha magnitude pode ter um impacto econômico e ambiental de grandes proporções.

E quem vem em nosso socorro nessa empreitada é ninguém menos do que a super heroína... Matemática.

Rodovias da informação

Embora todos os equipamentos eletrônicos sejam equipados com processadores muito rápidos, eles continuam tendo que trocar dados com a sua "periferia" - memória, monitores, impressoras, teclados e uma infinidade de outros periféricos.

Essa comunicação - seja com os periféricos, seja com outros processadores - usa as chamadas "rodovias da informação" que, em vez de asfalto, são feitas mais comumente de cobre.

O problema é que esses pequenos fios costumam ficar muito próximos uns dos outros, e acabam criando uma interferência mútua, sujando os sinais e impedindo que os processadores funcionem em sua capacidade total.

É sempre possível amplificar os sinais.

O problema é que as interferências aumentam proporcionalmente. É mais ou menos como se duas pessoas decidirem falar mais alto em um restaurante, achando que vão ouvir melhor uma à outra - logo, seus vizinhos elevarão o volume e todos gastarão muito mais energia para chegar ao mesmo resultado de antes.

Limites dos barramentos

Agora, Harm Cronie e Amin Shokrollahi, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, encontraram uma forma de enfrentar esse problema, abrindo caminho para a construção de computadores que gastam menos energia.

De forma um tanto inusitada, os dois pesquisadores foram buscar auxílio da matemática para criar sua solução, batizada de Kandou.

Ao longo dos últimos 10 anos, os barramentos dos computadores vêm sendo modificados, adotando novas técnicas de transmissão dos sinais.

Atualmente, a informação é transmitida por pares de fios. Em um deles, a mensagem é transmitida em "positivo" e, no outro, em "negativo".

Cada par de fios sofre mais ou menos a mesma interferência do ambiente. Subtraindo a informação "positiva" da informação "negativa", esses distúrbios são anulados, enquanto a intensidade do sinal é duplicada.

Esta solução é eficaz, mas exige o dobro de fios, o que nem sempre é viável. Assim, a quantidade de energia por fio tem que ser aumentada para se obter a velocidade desejada. O resultado - embora melhor do que simplesmente amplificar os sinais - ainda não é perfeito.

Kandou - seu computador ainda vai ter um

O barramento Kandou usa um algoritmo especial para codificar os sinais, que são todos transferidos simultaneamente. [Imagem: ]

Barramento Kandou

Já o barramento Kandou usa um algoritmo especial para codificar os sinais, que são todos transferidos simultaneamente. No destino, um decodificador recupera os sinais originais.

No exemplo do restaurante, é como se, em vez de começarem a falar mais alto, um casal passasse a usar a linguagem de sinais, enquanto seus vizinhos continuassem falando em português.

O Kandou utiliza um sistema semelhante, evitando que os fios vizinhos interfiram entre si, gerando um nível de ruído significativamente menor.

As vantagens são muitas, incluindo o uso de poucos fios, o que reduz o tamanho dos chips, o aumento na velocidade de transmissão, e o menor consumo de eletricidade.

A tecnologia já foi apresentada às grandes empresas do setor de tecnologia da informação, e tem grandes chances de ser incorporada aos computadores, celulares e outros aparelhos eletrônicos nos próximos anos.

 

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

Vêm aí os computadores caóticos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/11/2010

Computadores caóticos serão camaleões digitais

Portas lógicas booleanas

Com todas as maravilhas que seu computador lhe permite, no fundo, no fundo, ele é feito de minúsculas chaves, chamadas transistores, arranjadas na forma de pequenos circuitos, chamados portas lógicas.

Uma porta lógica é um circuito que recebe duas entradas e fornece um resultado de saída.

As portas caóticas permitem construir dispositivos de computação com a capacidade de se reconfigurar em uma série de portas lógicas diferentes. [Imagem: Ditto et al./Chaos]

Para que seu computador funcione da maneira que você espera, essas portas lógicas devem dar resultados muito precisos. Uma porta AND, por exemplo, só deve dar resultado 1 se houver pelo menos uma entrada 1. E uma porta OR deverá dar sempre resultado 1, a menos que haja duas entradas 0.

Se parece confuso, saiba que, juntando meia dúzia de "maquininhas" capazes de tomar decisões desse tipo, você nem precisa de transistores, e pode construir um computador de qualquer coisa - de varetas e cordas ou de copos e canos com água, por exemplo.

Mas suas "maquininhas", ou suas portas lógicas, deverão sempre dar respostas simples, precisas e unidirecionais - ou 0 ou 1, dependendo dos dois valores que entram. Depois é só montar tudo em uma estrutura hierárquica bem definida e você terá um computador.

Portas caóticas

Mas agora um grupo de cientistas de várias universidades norte-americanas está propondo uma mudança radical nesse enfoque.

Em vez do determinismo e da precisão das portas lógicas tradicionais, eles acreditam que é possível construir computadores melhores usando "portas caóticas", ou portas que tomam suas decisões com base nos fenômenos descritos pela teoria do caos.

De forma bem simplificada, eles usaram padrões caóticos para codificar e manipular as entradas de forma a produzir a saída desejada.

Eles selecionaram os padrões desejados a partir da infinita variedade oferecida por um sistema caótico. Um subconjunto desses padrões foi então utilizado para mapear as entradas do sistema (as condições iniciais) nos resultados desejados.

O mais interessante é que esse processo permite construir dispositivos de computação com a capacidade de se reconfigurar em uma série de portas lógicas diferentes.

Eles batizaram essas portas capazes de se metamorfosear de Chaogates. E, como sempre acontece nas universidades norte-americanas, e deveria também acontecer nas brasileiras, eles fundaram uma empresa, a ChaoLogix, para tentar vender sua ideia.

Computadores caóticos serão camaleões digitais

Imagine um computador capaz de mudar seu próprio comportamento interno para criar um bilhão de chips customizados a cada segundo, baseado no que o usuário está fazendo naquele segundo. [Imagem: Ditto et al./Chaos]

Computador metamórfico

"Imagine um computador capaz de mudar seu próprio comportamento interno para criar um bilhão de chips customizados a cada segundo, baseado no que o usuário está fazendo naquele segundo - um computador que possa reconfigurar a si mesmo para se tornar o computador mais rápido no momento para a sua aplicação," vislumbra William Ditto, da Universidade do Arizona, um dos autores da nova técnica.

Segundo Ditto, a ChaoLogix já está montando os primeiros protótipos de computador caótico e já é possível verificar que a abordagem poderá ser útil para equipamentos eletrônicos comuns, para computadores voltados para jogos e para sistemas de informática mais seguros.

Segundo o pesquisador, os processadores caóticos não apenas poderão ser fabricados com a mesma tecnologia dos atuais, como eles poderão ser incluídos em circuitos mistos, que mesclem processadores lógicos convencionais e processadores caóticos.

"As portas caóticas são os blocos básicos de novos sistemas computacionais baseados no caos, que vão explorar as gigantescas capacidades de formação de padrões dos sistemas caóticos em benefício da computação," diz ele.

Mapa logístico

Ao contrário do que se possa imaginar, sistemas caóticos não são nem aleatórios e nem imprevisíveis: eles apresentam padrões irregulares extremamente sensíveis às condições iniciais.

Um sistema caótico gera uma saída em resposta a uma dada entrada, de forma muito parecida com um circuito booleano tradicional - mas a saída é muito sensível aos valores de entrada e às condições iniciais da rede.

Ditto e seus colegas descobriram que a adição de mecanismos de controle bastante simples permite definir o padrão de saída de forma muito segura - isto significa que uma mesma porta caótica pode executar várias funções lógicas.

A chave para a geração de múltiplas saídas a partir do mesmo conjunto de entradas é baseada em um conceito chamado "mapa logístico", que descreve uma função matemática não-linear que mapeia as entradas para uma saída específica.

Os cientistas desenvolveram uma função de mapeamento logístico que utiliza as propriedades não-lineares de um transístor CMOS comum de tal forma que é possível criar uma célula caótica muito eficiente.

Computadores híbridos

Circuitos de interfaces simples permitem que a célula caótica seja interconectada com outros circuitos caóticos ou com portas lógicas booleanas tradicionais, abrindo o caminho para a tecnologia e para a viabilização de computadores híbridos.

Uma das vantagens das portas caóticas é que elas possuem uma "assinatura de potência" que é independente do estado lógico de entrada.

Esta é uma característica importante para aplicações seguras, permitindo o uso de técnicas de análise diferencial para determinar as chaves de criptografia - por exemplo, pelo monitoramento da corrente elétrica consumida pelo circuito.

Bibliografia:
Chaogates: Morphing logic gates that exploit dynamical patterns
William L. Ditto, A. Miliotis, K. Murali, Sudeshna Sinha, Mark L. Spano
Chaos
November 2010
Vol.: 20, 037107 (2010)
DOI: 10.1063/1.3489889

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Fiação elétrica funciona como antena para casa inteligente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/10/2010

Fiação elétrica funciona como antena para casa inteligente

Fios enrolados ao redor dos sensores servem como antenas de transmissão. A fiação elétrica da residência funciona como antena de recepção, levando os dados até a central de processamento.[Imagem: Gabe Cohn/University of Washington]

A tecnologia logo tornará realidade um antigo ditado popular: as paredes realmente terão ouvidos.

E poderão contar alguns segredos interessantes para os donos da casa: uma janela aberta deixando escapar o ar condicionado, um vazamento de água ainda imperceptível, a mudança brusca de temperatura lá fora, e muitos mais.

Sensações caseiras

Tudo o que uma casa precisa para se tornar uma casa inteligente são "sensações". E essas sensações são produzidas por sensores que fazem medições continuamente.

Em seguida, essas medições precisam ser enviadas a uma central que as processe e gere informações úteis para os moradores ou, principalmente, em gatilhos para o acionamento automático de comodidades, como ligar e desligar o ar-condicionado ou o aquecedor, abrir e fechar cortinas e janelas, acionar o aquecedor elétrico quando o tempo fica nublado, e assim por diante.

Agora, um grupo de pesquisadores norte-americanos criou um novo tipo de sensor que usa a fiação elétrica de uma casa como uma gigantesca antena, capaz de captar as informações dos diversos sensores espalhados pela residência e pelo seu entorno.

A central de monitoramento é também conectada à rede elétrica, de onde retira os sinais dos sensores e faz o seu processamento.

Sensores sem fios

Sensores que monitoram temperatura, umidade, nível de iluminação, qualidade do ar, etc, são equipamentos simples e baratos e que consomem pouquíssima energia para coletar os dados. Mas a energia necessária para transmitir esses dados é muito grande.

"Quando você olha para o sensoriamento doméstico e para a automação residencial em geral, é possível ver que a tecnologia ainda não decolou", afirma o Dr. Shwetak Patel, da Universidade de Washington. "A tecnologia existente ainda consome energia demais e não é tão fácil de implementar como gostaríamos que fosse."

Isto ocorre em grande parte porque os equipamentos sem fios de hoje têm um alcance de apenas alguns metros, e consomem tanta energia que exigem constantes trocas das suas baterias.

A saída encontrada pela equipe do Dr. Patel foi usar a fiação elétrica como uma gigantesca antena, capaz de receber sinais dos sensores sem fios em uma frequência definida.

Enquanto os sistemas sem fios de automação doméstica atuais têm problemas para enviar sinais através das paredes, diminuindo muito sua praticidade, este sistema na verdade opera melhor em torno das paredes, porque é em seu interior que está a antena.

Uma bateria para 50 anos

Cada sensor é dotado de sua própria antena de transmissão, que pode ser tão simples quanto um fio de cobre enrolado ao seu redor.

Como a antena de recepção está efetivamente espalhada por toda a casa, os sensores podem transmitir com potência muito baixa, economizando suas baterias - o sistema opera com menos de 1 por cento da potência de transmissão de dados em comparação com o próximo modelo mais eficiente disponível.

Ainda assim, os sensores têm um alcance que permite sua instalação a até 15 metros da fiação mais próxima.

Consumindo por volta de 1 miliwatt de energia, cada sensor pode funcionar com uma bateria do tipo botão por cerca de 50 anos - provavelmente a bateria terá que ser trocada antes disso, mas porque irá se deteriorar e não por falta de energia.

Tendo atingido níveis tão baixos de energia, os pesquisadores agora querem eliminar de vez as baterias, fazendo os sensores funcionarem com energia solar - a claridade interna da residência é suficiente - ou por geradores piezoelétricos que aproveitem as vibrações do ambiente para gerar energia.

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

domingo, 29 de agosto de 2010

Dutos de ar-condicionado viram canais de comunicação wireless

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/08/2010

Dutos de ar-condicionado são vias wireless para monitoramento de edifícios

As etiquetas RFID podem ser equipadas com sensores, compondo um conjunto que coleta as informações - como a temperatura, a umidade, a presença de fumaça etc. - e as transmite para um leitor.[Imagem: 3M]

Tecnologias de monitoramento sem fio - com usos que vão desde aplicações voltadas para a saúde e a segurança até os mais óbvios controles de temperatura e umidade do ambiente - podem ser implementadas de forma simples e eficiente usando os dutos de ar-condicionado e ventilação dos edifícios.

A descoberta deverá proporcionar economia de recursos e de tempo para os construtores e para os gestores dos edifícios, já que a tecnologia pode ser implementada em edifícios novos ou já construídos, sem a necessidade de instalação de redes físicas para os sensores.

Sensores RFID

A base da técnica agora desenvolvida são as etiquetas RFID, minúsculos transmissores/receptores de rádio que operam sem baterias, alimentados pela energia transmitida pela antena dos leitores.

As etiquetas RFID podem ser equipadas com sensores, compondo um conjunto que coleta as informações - como a temperatura, a umidade, a presença de fumaça etc. - e as transmite para um leitor.

Os sistemas RFID utilizam leitores centralizados para coletar os dados de um grande número de etiquetas que estejam ao seu alcance. O leitor eletrônico transmite uma onda de rádio com uma frequência específica. Quando uma etiqueta RFID programada para aquela frequência detecta a transmissão, ela absorve energia dessa transmissão, ativa seus circuitos, transmite os dados que coletou e desliga-se novamente, aguardando o próximo chamado do leitor.

Quando instaladas em espaços abertos, as etiquetas RFID de alta frequência (UHF) normalmente precisam estar a uma distância de 5 a 10 metros do leitor, a fim de receberem energia suficiente para responder a uma transmissão.

No entanto, os pesquisadores da Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriram que se as etiquetas forem instaladas dentro dos dutos de ar-condicionado, elas cobrem facilmente a área típica de um andar de um edifício comercial - um leitor instalado centralmente pode receber dados de etiquetas localizadas a mais de 30 metros em qualquer direção.

Dutos para ondas de rádio

Os dutos de ar-condicionado e ventilação são excelentes canais para as transmissões de rádio porque consistem tipicamente de tubos metálicos ocos. Esses funcionam como guias para as ondas de rádio, evitando sua dispersão e ajudando a manter um sinal forte a uma distância maior.

Além do monitoramento do ambiente dos edifícios, a tecnologia pode ter aplicações importantes para a saúde e para o monitoramento de segurança. "Ela pode funcionar com qualquer coisa para a qual você crie um sensor eletrônico," diz o Dr. Dan Stancil, coautor do trabalho.

A pesquisa está avaliando o funcionamento dos sensores RFID em detectores de fumaça, monitores de monóxido de carbono e sensores que podem detectar substâncias químicas, biológicas e radiológicas.

Retrofitting

"Como você pode instalar [a tecnologia] em infraestruturas já existentes, acho que ela é economicamente viável imediatamente," diz Stancil. "Evitar o trabalho envolvido com a instalação dos sensores tradicionais e com a fiação que eles exigem vai mais do que compensar o custo das etiquetas RFID e dos leitores."

A possibilidade de retrofitting - atualização tecnológica - dos edifícios já construídos deverá transformar a técnica em uma ferramenta importante no arsenal disponível para a criação de edifícios inteligentes - incluindo principalmente a atualização dos edifícios que nasceram burros.

Bibliografia:
Long Range Passive UHF RFID System Using HVAC Ducts
Pavel V. Nikitin, Darmindra D. Arumugam, Matthew J. Chabalko, Benjamin E. Henty, Daniel D. Stancil
Proceedings of the IEEE
September 2010

Fonte: Inovação Tecnológica

 

Ricardo M. Beskow

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Neurônios individuais têm poder computacional

 

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/08/2010

Neurônios individuais têm poder computacional

Um neurônio do córtex visual de um camundongo recebeu um corante fluorescente para que seus dendritos pudessem ser visualizados. Um laser fez disparos sobre os dendritos para ativar grupos de impulsos em diferentes ordens. A resposta elétrica do neurônio foi diferente para cada sequência de impulsos.[Imagem: Tiago Branco/Hausser Lab: UCL]

As células individuais do cérebro são surpreendentemente eficientes na detecção de diferentes sequências temporais nas informações que chegam até eles.

A descoberta contesta uma noção longamente aceita pelos cientistas de que esse tipo de processamento no cérebro exige grandes números de neurônios trabalhando em conjunto.

Pobres transistores

Apesar de cada vez menos aceita pelos neurocientistas, a comparação do cérebro humano com um computador sempre considerou que os neurônios seriam os transistores - os componentes básicos do cérebro, mas incapazes de qualquer computação quando isolados.

A descoberta contesta essa ideia, mostrando que os neurônios individuais - e até mesmo os dendritos, os pequenos elementos receptores dos neurônios - são dispositivos computacionais excepcionalmente poderosos.

"No dia-a-dia, nós precisamos constantemente usar informações sobre sequências de eventos a fim de entender o mundo ao nosso redor. Por exemplo, na linguagem, uma coleção de diferentes sequências do mesmo conjunto de letras ou sons montados em sentenças somente fazem sentido conforme a ordem em que esses sons ou letras são montados," explica o Dr. Tiago Branco, da Universidade College London, na Inglaterra.

O cérebro humano é particularmente eficiente no processamento de sequências de informações. Por exemplo, cita Branco, os mais modernos computadores têm grande dificuldade de decifrar uma sequência rápida de palavras que uma criança de cinco anos de idade entende perfeitamente.

"Como o cérebro é tão bom em distinguir uma sequência de eventos de outras é algo que não é bem compreendido mas, até agora, a crença geral era de que esse trabalho era feito por um grande número de neurônios trabalhando em conjunto," diz ele. Essa crença agora foi derrubada.

Poder computacional dos neurônios

Estudando o cérebro de um camundongo, os pesquisadores monitoraram os neurônios em áreas do cérebro responsáveis pelo processamento dos impulsos sensoriais dos olhos e da face.

Para verificar como esses neurônios respondiam às variações na ordem em que um determinado conjunto de impulsos era fornecido, os cientistas usaram um laser para ativar os dendritos em padrões precisos, e mediram a resposta elétrica dos neurônios.

Primeiro, um neurônio do córtex visual do camundongo recebeu um corante fluorescente para que seus dendritos pudessem ser visualizados. A seguir, um laser fez disparos minúsculos e superprecisos sobre os dendritos para simular sinapses e ativar grupos de impulsos em diferentes ordens.

Os cientistas descobriram que cada sequência produz uma resposta diferente, mesmo quando o impulso é enviado para um único dendrito.

A resposta elétrica do neurônio foi diferente para cada sequência de impulsos, permitindo a identificação, a partir dessa resposta, dos padrões disparados pelo laser para dendritos individuais, assim como para padrões disparados aleatoriamente pela árvore dendrítica.

Usando modelos teóricos construídos a partir de seus dados, os pesquisadores demonstraram que a probabilidade de que duas sequências diferentes sejam distinguidas uma da outra pelo neurônio individual é incrivelmente alta.

"Esta pesquisa indica que os neurônios individuais são decodificadores de sequências temporais de informações, e que eles podem desempenhar um papel significativo na ordenação e na interpretação da enorme quantidade de impulsos recebidos pelo cérebro," afirma o professor Michael Hausser, coordenador do estudo.

Bibliografia:
Dendritic Discrimination of Temporal Input Sequences in Cortical Neurons
Tiago Branco, Beverley A. Clark, Michael Häusser
Science
12 August 2010
Vol.: Science Express Reports
DOI: 10.1126/science.1189664

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Memória de plástico usa spin do elétron para guardar dados

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/08/2010

Memória de plástico usa spin do elétron para guardar dados

A "memória spintrônica orgânica" é uma ponte entre os computadores atuais e uma sonhada geração de computadores e telas leves e flexíveis, feitos com materiais plásticos. [Imagem: Yoo et al./Nature Materials]

Fazendo uma ponte entre a spintrônica e a eletrônica orgânica, cientistas criaram a primeira memória de computador feita de um material plástico e que utiliza o spin dos elétrons para guardar os dados.

Considerada como uma alternativa promissora à microeletrônica atual, aspintrônica permite armazenar mais dados em menos espaço, processar esses dados mais rapidamente e consumir muito menos energia, virtualmente eliminando o problema do aquecimento dos computadores.

Já a eletrônica orgânica, que usa materiais poliméricos, ou plásticos, já fez sua estreia no mercado na forma telas para celulares, mas deverá fazer muito mais, provavelmente tornando-se a base das telas flexíveis e de enrolar e dos circuitos eletrônicos dobráveis.

Funcionamento da memória spintrônica

Arthur Epstein e seus colegas da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, descrevem o material usado para construir a nova memória como um híbrido de um semicondutor feito de materiais orgânicos e um polímero semicondutor magnético.

O protótipo é formado por uma fina tira de um ímã orgânico colocada sobre outra tira de um ferromagneto metálico, sendo ambas ligadas a dois conectores elétricos.

O polímero magnético semicondutor é o vanádio tetracianoetanido, o primeiro magneto de base orgânica a funcionar acima da temperatura ambiente.

Os elétrons passam para o polímero e um campo magnético os orienta como spin para cima ou spin para baixo. Os elétrons podem então passar para a camada magnética convencional, mas somente se os spins dos elétrons estiverem com a mesma orientação. Se não, a resistência é muito alta para que eles passem. Assim, os pesquisadores puderam ler os dados de sua memória de spins baseado em se a resistência era alta ou baixa.

Memória spintrônica orgânica

"Nossa maior conquista é que nós usamos este ímã semicondutor à base de polímeros como um polarizador de spin - o que significa que podemos salvar os dados nele usando um pequeno campo magnético - e como um detector de spin - ou seja, podemos ler os dados de volta," explica Epstein. "Agora estamos mais perto de construir um dispositivo feito inteiramente de material orgânico."

A "memória spintrônica orgânica" é uma ponte entre os computadores atuais - eletrônicos (com base no elétron) e feitos de semicondutores - e uma sonhada geração de computadores orgânicos - spintrônicos (com base no spin do elétron) e feitos com materiais poliméricos (ou plásticos).

Alterar o spin de um elétron requer muito pouca energia e praticamente não produz calor. Isso significa que os dispositivos spintrônicos aquecerão menos e poderão funcionar com baterias menores dos que as usadas nos aparelhos atuais. E, sendo inteiramente de plástico, têm o potencial para serem leves e flexíveis.

Sendo uma pesquisa de fronteira, a nova memória atualmente ainda é uma prova de conceito, não estando pronta para ser inserida em computadores reais.

Bibliografia:
Spin injection/detection using an organic-based magnetic semiconductor
Jung-Woo Yoo, Chia-Yi Chen, H. W. Jang, C. W. Bark, V. N. Prigodin, C. B. Eom, A. J. Epstein
Nature Materials
August 2010
Vol.: 9 No 8 pp 638 - 642
DOI: 10.1038/nmat2797


Fonte: Inovação Tecnologica

Ricardo M. Beskow

sábado, 31 de julho de 2010

Intel apresenta chip fotônico a laser para substituir fios de cobre

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/07/2010

 

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O chip transmissor é composto por quatro lasers, cujos feixes de luz são dirigidos a um modulador óptico, responsável por codificar os dados a 12,5 Gbps em cada canal, resultando em 50 Gbps. [Imagem: Intel]

A Intel anunciou um avanço importante rumo à utilização de feixes de luz para substituir o uso da eletricidade no transporte dos dados nos computadores.

A empresa desenvolveu um protótipo de chip fotônico que realizou, pela primeira vez, uma transmissão óptica de dados com lasers integrados em um chip de silício.

O link óptico é capaz de transmitir dados a distâncias maiores e em velocidades muito mais rápidas do que é possível com a tecnologia atual, chegando a até 50 gigabits de dados por segundo - isso equivale a transferir um filme inteiro em alta definição a cada segundo.

Chip fotônico

O feito é a primeira demonstração prática de um chip fotônico criado pela empresa em 2006 - veja Chip que emite e dirige luz poderá levar fotônica aos computadores.

Os chips dos computadores atuais são interligados por fios de cobre ou por trilhas metálicas nas placas de circuito impresso. Devido à degradação do sinal gerada quando metais são utilizados para transmitir dados, esses cabos têm que ser muito curtos.

Isso limita o projeto dos computadores, porque exige que processadores, memória e outros componentes sejam colocados a poucos centímetros uns dos outros.

O novo chip fotônico é um passo importante para substituir essas conexões - que usam elétrons para transferir dados - por finíssimas fibras ópticas - que usam fótons para transferir muito mais dados a distâncias muito maiores.

A grande vantagem do novo chip fotônico é a sua construção baseada no silício, que é muito mais barato e fácil de lidar do que outros materiais pesquisados na área, como o arseneto de gálio.

Super telas 3D e datacenters

O impacto da fotônica à base de silício vai além do interior dos computadores. Com as taxas de transmissão de dados alcançadas com esta tecnologia é possível imaginar telas 3D gigantescas, ocupando paredes inteiras, com uma resolução tão alta que será difícil distinguir o ambiente da sala do ambiente do filme.

Os datacenters também terão muito a ganhar, podendo ficar espalhados por vários locais diferentes, em vez de ficarem restritos a espaços pequenos, limitados pelos grossos cabos de cobre que interligam os diversos servidores.

A tecnologia ainda não está pronta para chegar ao mercado. Justin Rattner, chefe do Intel Labs, afirma que o link de 50 Gbps pode ser comparado a um "veículo conceito", que permite que os engenheiros da empresa testem novas ideias e aprimorem as tecnologias para transmitir dados a velocidades crescentes.

010110100730-silicio-fotonico-5 O link de 50Gbps é estabelecido por dois chips fotônicos de silício, ambos com lasers integrados, um funcionando como transmissor e outro como receptor. [Imagem: Intel]

O campo das telecomunicações já utiliza lasers para transmitir informações opticamente, mas essas tecnologias, em seu nível atual, são caras e volumosas demais para serem usadas dentro de um computador pessoal.

Um HD inteiro em um segundo

O link de 50Gbps é estabelecido por dois chips fotônicos de silício, ambos com lasers integrados, um funcionando como transmissor e outro como receptor.

O chip transmissor é composto por quatro lasers, cujos feixes de luz são dirigidos a um modulador óptico, responsável por codificar os dados a 12,5 Gbps. Os quatro feixes são então combinados e injetados em uma única fibra óptica, alcançando a taxa de transferência total de 50Gbps.

Na outra ponta do link, o chip receptor faz o inverso, separando a luz da fibra óptica nos quatro feixes individuais e enviando-os para os fotodetectores, que convertem os dados de volta em sinais elétricos.

Os pesquisadores já estão trabalhando para aumentar a taxa de transferência de dados. Para isso eles pretendem acelerar o modulador e aumentar o número de lasers por chip, abrindo caminho, segundo eles, para os links ópticos do futuro, na faixa dos terabits por segundo - o suficiente para transferir todos os dados de um laptop típico em um segundo.

Fonte: Inovação Tecnológica

Ricardo M. Beskow

terça-feira, 27 de julho de 2010

Provedoras de banda larga podem oferecer só 10 porcento da velocidade contratada. E você assinou este contrato...

Além de ter um dos serviços de banda larga mais caros do mundo, as companhias brasileiras não ofertam a velocidade prometida. Serviços que garantem 100% da velocidade contratada não servem para o ambiente doméstico.

O serviço de banda larga no Brasil é um dos mais caros em todo o mundo. A qualidade do produto, porém, nem de longe é proporcional ao cobrado pelas operadoras. Além dos altos valores, as companhias não costumam entregar a velocidade de internet ofertada – e o pior é que elas estão amparadas pela Lei! Você pode nem ter reparado mas, no contrato que assinou, existe uma cláusula que garante à empresa fornecedora de banda larga o direito de oferecer apenas 10% da velocidade contrata sem sofrer represálias. Mas por que isso acontece? Na verdade, esta é uma forma das empresas de internet otimizarem a rede. Se elas tivessem que garantir 100% da velocidade o tempo inteiro, a infraestrutura implementada teria que ser bem mais robusta. Da forma como é hoje, em horários de pico a velocidade cai. E elas também utilizam uma outra arma, o IP Dinâmico. Para entender esse lance de Ips: o IP, ou internet protocol, é como se fosse um endereço. É um número que identifica o seu computador quando ele se conecta à rede. Agora, imagine o seguinte: você acaba de desconectar a sua banda larga normal aí na sua casa. Em seguida, seu vizinho conecta a internet dele. Em vez da empresa ter 2 IPs, um pra cada um de de vocês, ela vai pegar o seu e transferir para o vizinho. Para a empresa é benéfico porque ela não precisa criar um IP para cada usuário. Por isso a infraestrutura é mais simples, barata, e consegue atender um maior número de usuários.

Mas existe uma outra forma de disponibilizar internet que é utilizada, principalmente, pelo mercado corporativo. Grandes empresas normalmente optam pelo Link Dedicado. As empresas que fornecem internet dessa forma garantem velocidade integral e sem quedas durante 99,9% do tempo. Para isso, é preciso muita infraestrutura.

"O Link Dedicado é um serviço de internet, como o próprio nome diz, ele é dedicado. Então ele é um serviço diferenciado, um acesso dedicado de internet para a empresa. Ou seja, há uma preocupação muito grande na estabilidade desse link, na velocidade desse link, é realmente um serviço que pretende ter uma estabilidade muito grande para empresas que necessitam de internet o tempo todo, 24 horas, e um suporte diferenciado para esse tipo de serviço", diz Matheus Spagnuolo, analista de produtos da Telium.

É... mas oferecer essa estrutura custa bastante. Alguns planos podem chegar a custar 3 mil reais por “apenas” 2 mega de velocidade. A questão é que, nesse caso, a velocidade é real. E o IP é só daquela empresa, não fica trocando de mãos – o que permite fazer várias coisas que nós, usuários domésticos, teríamos dificuldade...

"Para um cliente empresarial um IP fixo é importante, às vezes ele aplicações como servidores web ou banco de dados que rodam na rede dele e que precisam ser sempre acessados pelo mesmo IP. Então ele vai ter um IP fixo e esse é também um dos diferenciais do link dedicado", afirma Matheus.

sábado, 10 de julho de 2010

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Windows 8: supostas novidades vazam na internet

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Entre os detalhes apresentados há um sistema de reconhecimento facial e interatividade com os arquivos do PC baseados no Kinect, criação da Microsoft para o console Xbox 360

Terça-feira, 29 de junho de 2010 às 11h20

Essa semana alguns sites publicaram detalhes sobre alguns documentos que mencionavam o novo sistema operacional da Microsoft, o Windows 8, deixando claras especificações do projeto.

Uma delas se refere a uma interação com os arquivos do computador de forma muito parecida ao Kinect, o acessório para o console Xbox 360 que permite jogar sem o uso de controles. Esse não é o primeiro projeto com o Kinect, já que a Microsoft pretende levar a tecnologia também até a TV.

Seguindo o modelo do Kinect, uma câmera seria utilizada para fazer o login no sistema através de reconhecimento facial, aumentando a segurança dos arquivos do computador. Se você saísse da frente do PC por algum motivo, ele seria bloqueado automaticamente e, se outra pessoa aparecesse no seu lugar, o sistema alteraria o usuário baseando-se no rosto da pessoa.

Outras novidades presentes nas especificações contemplam USB 3.0 e Bluetooth 3, além de menor tempo de boot e um sensor de iluminação ambiente que seria capaz de alterar a iluminação da tela conforme a luz ao redor do PC.

Por enquanto, o novo sistema operacional da Microsoft está previsto para chegar ao consumidor final em 2012. A empresa ainda não se pronunciou a respeito destas informações.

 

Fonte: Olhardigital

Ricardo M. Beskow

sábado, 26 de junho de 2010

Verdades e mentiras sobre computadores pessoais

Derrubamos quinze mitos sobre seus PCs e Macs e, de quebra, confirmamos outros cinco.

Por Henrique Cesar Ulbrich

A IBM apresentou ao mundo o patriarca dos atuais PCs em 1981, mas as sementes da computação pessoal remontam a pelo menos duas décadas antes – senão mais. Durante esse período de pelo menos 40 anos, surgiram inúmeros mitos a respeito do uso, conservação e funcionamento desses equipamentos hoje universais.

Para acabar com qualquer dúvida, preparamos uma lista do que é verdade, do que tinha fundamento mas hoje foi superado e do que sempre foi mentira. Acompanhe e veja o quanto seu PC ou Mac sofre nas suas mãos, e o quanto de cuidado é exagero seu.

1. Colar imãs pequenos (como os de geladeira) no gabinete pode prejudicar a CPU.

FALSO. Os ímãs de geladeira têm um campo magnético muito tênue. Além disso, os componentes dos computadores modernos são bastante imunes a campos magnéticos, mesmo de intensidade moderada. Obviamente, não recomendamos colocar os potentes ímãs perto do que quer que seja (inclusive dos seus dedos: tinyurl.com/dhpko9 ).

2. É necessário deixar um bom espaço entre o monitor e a parede atrás dele.

FALSO, MAS CUIDADO! Algum espaço é necessário para promover a ventilação, mas ele pode ser pequeno – cerca de dois centí metros já está de bom tamanho. Use a largura de seu dedo indicador como medida. E não esqueça que o ar quente sobe, então é necessário espaço logo acima do monitor também.

3. Se o computador passou toda a noite ligado, é melhor desligá-lo e reiniciar antes de usar de novo.

FALSO. Os sistemas operacionais modernos (Windows, Linux e Mac OS X) podem ter um uptime (tempo em que ficam ligados) de várias semanas ou mesmo meses. Se seu PC fica lento durante um perí odo grande de uso, é sinal de ví rus ou outras pragas, e não do tempo em que ficou ligado. Todavia, enquanto não toma providências definitivas, reiniciá-lo realmente pode aliviar o problema por algumas horas. Mas se for para reiniciar, por que deixar ligado?

4. O computador gasta mais energia ao ser ligado do que se permanecer em uso por longas horas.

FALSO. Computador não é carro e não tem motor de arranque. Não caia nessa lorota de quem tem preguiça de fechar e abrir os programas que usa no dia-a-dia. Por mais econômico que o PC seja, qualquer momento em que ele passe desligado há economia de energia – e não é pouca. Recomenda-se desligá-lo inclusive na hora do almoço.

5. Usar programas piratas aumenta a chance de ser infectado por vírus e outras pragas virtuais.

VERDADEIRO. Pode parecer papo de sanitarista ou alarmismo dos fabricantes de software, mas infelizmente essa é uma triste realidade. Não há como verificar a procedência de softwares e sistemas operacionais baixados ilegalmente, e a maioria deles realmente está adulterada. Nem o Mac OS X, da Apple, escapa (tinyurl.com/2wlhbc5).

6. Desligar o PC diretamente no botão sem escolher antes a opção de desligar a máquina estraga o disco rí gido.

FALSO. Esse mito tem fundamento histórico. Nos anos 80, os discos rígidos precisavam ser preparados para o desligamento com um comando específico. Se isso não fosse feito, certamente seriam danificados. Mas nos discos rígidos modernos, as cabeças são recolhidas automaticamente na ausência de energia, eliminando o risco. Além disso, ao pressionar o botão nos computadores atuais, o sistema operacional desliga a máquina corretamente.

7. Se você desligou o computador, é melhor deixar que ele ‘descanse’ alguns segundos antes de voltar a ligá-lo.

FALSO. Outro mito dos anos 80, e também relacionado ao disco rígido. Não há mais risco de dano à superfí cie magnética do disco pelo religamento repentino, e nem ao motor linear que o faz girar. Quanto ao resto do sistema, não há nada que possa estragar com a operação – a não ser, talvez, o próprio botão de ligar, se você for muito insistente (ou tiver a mão pesada).

8. Mover a CPU quando o computador está ligado pode queimar o HD.

FALSO. Se assim fosse, não poderia haver computadores a bordo de automóveis, aviões e veí culos militares. E muito menos notebooks e iPods. A única peça que poderia ser afetada pelo movimento é o disco rígido, mas a possibilidade de dano nos modelos atuais é muito remota. O grande problema de movimentar o computador é o risco de queda – mas aí tanto faz se ele estar ligado ou não.

9. Se está chovendo ou trovoando, desligue o computador e tire o plugue da tomada.

VERDADEIRO. A chuva em si não causa nenhum dano – o problema são as descargas atmosféricas conhecidas como relâmpagos. Se não estiver relampejando (ou trovejando), pode usar seu computador sem problemas durante a chuva. Mas, se estiver, recomenda-se desligar não só o PC mas todo e qualquer equipamento da casa – televisores, aparelhos de som e eletrodomésticos. Embora não seja frequente, a possibilidade de danos por raios em tempestades ainda é grande no Brasil.

10. Deixar o celular perto do computador pode danificar os aparelhos.

FALSO. É verdade que o celular emite ondas de rádio, mas o computador costuma ser blindado o suficiente para não ser afetado por elas. E, mesmo que seja, provocará interferência momentânea e nenhum dano definitivo. O celular também não corre risco algum de ser danificado pelo computador.

11. Olhar para a luz do mouse óptico pode prejudicar a visão.

VERDADEIRO. Embora não seja um laser, o LED vermelho do mouse óptico é focalizado por uma lente e tem intensidade suficiente para causar danos irreparáveis à retina, especialmente se a exposição for muito longa.

12. Ao desligar o computador, sempre é necessário desligar também o monitor.

FALSO. Alguns computadores desligam automaticamente o monitor, outros não. Verifique seu manual de instruções. Caso o monitor não seja desligado automaticamente, é interessante desligá-lo manualmente para economizar energia e estender a vida útil do aparelho. Mas não é obrigatório.

13. Não se deve colocar CDs, DVDs ou qualquer outro dispositivo sobre a CPU.

FALSO. Não há nenhum problema nisso. Cuide apenas para não obstruir nenhuma abertura de ventilação mas, fora isso, não há risco algum nem para os CDs e DVDs, nem para os gadgets (celular, iPod) e nem para o computador. Há alguns modelos que, inclusive, possuem uma área emborrachada sobre a CPU justamente com a função de acomodar e armazenar discos e dispositivos.

14. Sempre que mais de 80% do disco rígido está sendo usado, o computador fica mais lento.

VERDADEIRO. Esse parece mentira, mas não é. Quem compra um computador novo acredita que pode usar a capacidade todinha do disco para guardar suas coisas, mas o sistema operacional precisa de espaço para “respirar”. Se seu disco rígido já se aproxima desse limite de 80%, é melhor pensar numa limpeza – ou em comprar um disco maior.

15. Tirar o pendrive sem "avisar" o computador pode causar danos.

VERDADEIRO. Mas os danos não são ao computador e sim ao pendrive. Quando se usa a opção “remover de modo seguro” no Windows ou “ejetar” no Linux e no Mac OS X, o sistema operacional termina todas as operações de leitura e gravação e “fecha a porta” do pendrive, permitindo sua retirada. Não fazer isso pode causar desde a simples perda de dados até a “fritura” dos circuitos do pendrive.

16. Ter muitos í cones na área de trabalho deixa o computador mais lento.

FALSO. Muitos í cones na área de trabalho confundem o usuário, mas não o computador. Em termos puramente técnicos, não há problema nenhum em abarrotar o desktop com ícones.

17. Se eu tiver um bom anti-vírus, bem atualizadinho, estou protegido para navegar na internet.

FALSO. O anti-vírus é importante, bem como um firewall pessoal (como o próprio Windows Defender, que já vem com o Windows) mas se você não tiver bons hábitos de navegação, o anti-ví rus de nada adiantará. Acostume-se a nãoo visitar sites suspeitos, não clicar em nenhum link recebido por email ou por comunicadores instantâneos nem abrir nenhum anexo, mesmo que venham de amigos ou da família. Só abra anexos que você tem certeza de que são de assustos de trabalho, e olhe lá. Correntes em PowerPoint, programinhas em flash, imagens e filminhos engraçados – tudo isso pode ser vetor de contaminação. Repetimos: não abra anexos nem clique em links a não ser que estritamente necessário .

18. É possÃível lavar o teclado com água e sabãoo embaixo da torneira.

FALSO. É muito, MUITO importante desinfetar diariamente o teclado, porque nele acumulam-se mais bactérias que num assento comum de vaso sanitário (http://tinyurl.com/yh7k2wl). Mas o teclado não resistiria a ser colocado em água corrente. Prefira um pano com removedor de sujeira doméstico para retirar as incrustrações e gorduras e, depois de seco, outro pano com álcool para desinfetar. Recomenda-se testar antes: alguns teclados perdem a marcação das letras com produtos de limpeza. E não esqueça o mouse, ele tabém é imundo.

19. É preciso descarregar completamente a bateria do notebook antes de poder recarregá-la novamente.

FALSO. Esse mito vem das antigas baterias de Ni-Ca, que realmente precisavam ser completamente descarregadas antes de nova recarga para não apresentar perda de capacidade. Mas as atuais baterias de Li- ION não possuem esse problema. Aliás, muito pelo contrário: as baterias de Li- ION têm um número limitado de ciclos de recarga, então quanto menos você as descarregar completamente, melhor.

20. É preciso ter um PC de mesa para poder jogar os games mais modernos do mercado.

FALSO. Embora os PCs de mesa ainda possuam uma capacidade de atualização no hardware que os notebooks ainda não possuem, já existem laptops parrudos o suficiente para encarar os jogos mais modernos, inclusive os mí ticos Crysis e Far Cry 2, que costumam deixar de joelhos máquinas menos potentes. Mas atenção: não é qualquer laptop que “aguenta” os jogos mais modernos, precisa ser um realmente parrudo, com pelo menos um processador Core 2 Duo ou Quad (ou os novos Core i3, i5 e i7), muita memória e uma placa de ví deo GeForce, da NVIDIA , ou ATI Radeon dos modelos mais potentes

 

Fonte: br.tecnologia.yahoo.com

Ricardo M. Beskow