quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Memória de plástico usa spin do elétron para guardar dados

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/08/2010

Memória de plástico usa spin do elétron para guardar dados

A "memória spintrônica orgânica" é uma ponte entre os computadores atuais e uma sonhada geração de computadores e telas leves e flexíveis, feitos com materiais plásticos. [Imagem: Yoo et al./Nature Materials]

Fazendo uma ponte entre a spintrônica e a eletrônica orgânica, cientistas criaram a primeira memória de computador feita de um material plástico e que utiliza o spin dos elétrons para guardar os dados.

Considerada como uma alternativa promissora à microeletrônica atual, aspintrônica permite armazenar mais dados em menos espaço, processar esses dados mais rapidamente e consumir muito menos energia, virtualmente eliminando o problema do aquecimento dos computadores.

Já a eletrônica orgânica, que usa materiais poliméricos, ou plásticos, já fez sua estreia no mercado na forma telas para celulares, mas deverá fazer muito mais, provavelmente tornando-se a base das telas flexíveis e de enrolar e dos circuitos eletrônicos dobráveis.

Funcionamento da memória spintrônica

Arthur Epstein e seus colegas da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, descrevem o material usado para construir a nova memória como um híbrido de um semicondutor feito de materiais orgânicos e um polímero semicondutor magnético.

O protótipo é formado por uma fina tira de um ímã orgânico colocada sobre outra tira de um ferromagneto metálico, sendo ambas ligadas a dois conectores elétricos.

O polímero magnético semicondutor é o vanádio tetracianoetanido, o primeiro magneto de base orgânica a funcionar acima da temperatura ambiente.

Os elétrons passam para o polímero e um campo magnético os orienta como spin para cima ou spin para baixo. Os elétrons podem então passar para a camada magnética convencional, mas somente se os spins dos elétrons estiverem com a mesma orientação. Se não, a resistência é muito alta para que eles passem. Assim, os pesquisadores puderam ler os dados de sua memória de spins baseado em se a resistência era alta ou baixa.

Memória spintrônica orgânica

"Nossa maior conquista é que nós usamos este ímã semicondutor à base de polímeros como um polarizador de spin - o que significa que podemos salvar os dados nele usando um pequeno campo magnético - e como um detector de spin - ou seja, podemos ler os dados de volta," explica Epstein. "Agora estamos mais perto de construir um dispositivo feito inteiramente de material orgânico."

A "memória spintrônica orgânica" é uma ponte entre os computadores atuais - eletrônicos (com base no elétron) e feitos de semicondutores - e uma sonhada geração de computadores orgânicos - spintrônicos (com base no spin do elétron) e feitos com materiais poliméricos (ou plásticos).

Alterar o spin de um elétron requer muito pouca energia e praticamente não produz calor. Isso significa que os dispositivos spintrônicos aquecerão menos e poderão funcionar com baterias menores dos que as usadas nos aparelhos atuais. E, sendo inteiramente de plástico, têm o potencial para serem leves e flexíveis.

Sendo uma pesquisa de fronteira, a nova memória atualmente ainda é uma prova de conceito, não estando pronta para ser inserida em computadores reais.

Bibliografia:
Spin injection/detection using an organic-based magnetic semiconductor
Jung-Woo Yoo, Chia-Yi Chen, H. W. Jang, C. W. Bark, V. N. Prigodin, C. B. Eom, A. J. Epstein
Nature Materials
August 2010
Vol.: 9 No 8 pp 638 - 642
DOI: 10.1038/nmat2797


Fonte: Inovação Tecnologica

Ricardo M. Beskow

Um comentário:

  1. POLIMEROS VIERAM PARA FICAR. TOMAR O LUGAR DA MADEIRA, METAIS, VIDROS E CERAMICAS.

    E AINDAM TEM IDIOTAS QUE PENSAM EM ACABAR COM A INDUSTRIA PLÁSTICA ALEGANDO QUE OS PLÁSTICOS SÃO NOCIVOS AO MEIO AMBIENTE.

    PERCEBO QUE O PLÁSTICO ESTA APENAS MAL EMPREGADO DEPOIS DE SEU USO. COMO OS IDOSOS, QUE DEPOIS SÃO JOGADOS AO LADO A ESPERA DA MORTE.

    MAL COMPARANDO, OS IDOSOS, DEPOIS DE INDISPONIVEIS PARA A VIDA DURAM POUCO TEMPO ATÉ A MORTE. JÁ OS PLÁSTICOS DEPOIS DE USADOS, PERDURAM POR SECULOS.

    CABE, AI, UMA POLITICA DE REPROCESSAMENTO DESSE MATERIAL PARA QUE ELE VOLTE A SER PRODUTIVO.

    ISSO TARIA MAIS BENEFICIOS DO QUE SE PODE PENSAR.

    HA!!! SE PUDESSEMOS REPROCESSAR A VIDA DOS NOSSOS IDOSOS!!!

    SOU DOM PAULO DE BEL
    TÉCNICO EM POLÍMEROS
    DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

    VISITEM:
    http://www.polimeros3broxo.blogspot.com
    http://www.sindicatodopovo.blogspot.com
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