quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

EUA podem ter derrubado sonda russa que iria a Marte

Com informações da New Scientist - 19/01/2012

Radar do EUA pode ter derrubado sonda russa

Esta é uma imagem feita por radar da sonda Phobos-Grunt ainda em órbita. Neste caso, o radar utilizava uma potência muito menor do que o radar militar dos EUA que está sendo apontado como causador da falha. Aparentemente ninguém fotografou ou filmou a reentrada da sonda na atmosfera. [Imagem: Fraunhofer IFR]

 

Solto no ar

Tudo começou com alegações de sabotagem, feitas por Vladimir Popovkin, presidente da agência espacial russa.

"As falhas frequentes de nossos lançamentos espaciais, que ocorrem em um momento quando eles estão voando sobre uma parte da Terra que não é visível da Rússia, onde nós não podemos ver as espaçonaves e não recebemos informações da telemetria, não estão claras para nós," afirmou ele.

"Nós não queremos acusar ninguém, mas já existem dispositivos muito poderosos capazes de influenciar as espaçonaves. A possibilidade de que eles tenham sido usados não pode ser descartada," completou.

 

Radar culpado

A até então bizarra sugestão de que os EUA teriam danificado a sonda espacial russa Phobos-Grunt, provocando seu mau funcionamento e sua queda, agora se transformou em uma alegação um pouco menos estranha.

Um jornal russo informou que um radar de uma base militar dos EUA pode ter acidentalmente danificado a sonda, levando à sua perda.

A nave, lançada em 9 de novembro com o objetivo de buscar amostras de solo da superfície da maior lua de Marte, Fobos, misteriosamente não conseguiu disparar o último estágio do seu foguete, ficando encalhada na órbita da Terra até sua reentrada na atmosfera, no domingo.

Mas quão plausível é a sugestão de que um radar seja o culpado pelo fracasso da sonda?

 

Qual é a acusação?

Nesta terça-feira, o jornal russo Kommersant citou uma fonte não identificada que afirmou que estão sendo realizados testes na Rússia para determinar se feixes de radar emitidos a partir de uma base militar dos EUA poderiam ter causado uma falha no sistema de energia da Phobos-Grunt, o que impediu seus motores de disparar.

 

Quais feixes de radar?

A fonte não identificada aponta o dedo para a estação de radar militar dos Estados Unidos no atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall, no Pacífico.

No momento do mau funcionamento da Phobos-Grunt, a fonte diz que a estação estava usando o seu radar para refletir sinais de asteroides, uma técnica padrão para produzir imagens de asteroides e medir suas distâncias.

Assim, qualquer dano infligido pelos EUA à Phobos-Grunt pode ter sido acidental, e não sabotagem, como havia sido sugerido anteriormente por Popovkin.

 

É possível que um radar danifique uma nave como a Phobos-Grunt?

De acordo com Boris Smeds, um ex-engenheiro de rádio da ESA (Agência Espacial Europeia), é altamente improvável.

Comunicações no espaço profundo, como as que se esperaria que a Phobos-Grunt usasse, usam frequências diferentes das frequências dos radares de observação do espaço, e receptores de naves espaciais são construídos para filtrar frequências indesejadas.

É apenas concebível que um receptor de rádio com filtros ruins na Phobos-Grunt tenha sido danificado por um feixe de radar da base militar dos EUA, mas é difícil imaginar como o dano poderia afetar o sistema de energia da nave.

 

Outras possibilidades para a culpa ser do radar

Smeds admite que um feixe de radar poderia interferir com a recepção de rádio, deixando uma nave espacial temporariamente "surda".

Ainda assim, o disparo do estágio superior da Phobos-Grunt deveria ser automático, pré-programado na nave espacial antes do lançamento, não dependendo da recepção de um sinal de rádio.

 

Será que algum dia vamos saber o que aconteceu com a Phobos-Grunt?

Yuri Koptev, presidente do conselho científico e técnico da Russian Technologies State Corporation e um ex-chefe da agência espacial russa, está presidindo uma investigação sobre a falha.

Os resultados deverão ser divulgados em 26 de Janeiro, e deverão ser submetidos a um pesado escrutínio.

A questão tornou-se politicamente tensa quando o presidente russo, Dmitry Medvedev, disse aos jornalistas no final de novembro que encargos financeiros, disciplinares, ou mesmo medidas criminais, poderiam ser usados para punir os responsáveis pelos fracassos recentes da Rússia no espaço.

 

Onde caiu?

Enquanto isso, as equipes de monitoramento ainda estão trabalhando para descobrir se a Phobos-Grunt atingiu a superfície, e se sim, onde.

As previsões iniciais da agência espacial russa afirmavam que a sonda cairia no Atlântico, a meio caminho entre o Brasil e a Europa.

Mas a reentrada deu-se mais de mil quilômetros a oeste do Chile, o que significa que destroços podem ter atingido qualquer ponto ao longo da América do Sul.

Fonte:

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

US$10 milhões para quem inventar um tricorder

Com informações da BBC - 17/01/2012

US$10 milhões de prêmio para quem inventar um tricorder

O primeiro tricorder antecipava, em 1966, os então ultramodernos gravadores de fita cassete. [Imagem: Cortesia CBS Studios Inc.]

 

Métricas da saúde

Um prêmio de US$ 10 milhões (R$ 18 milhões) está à espera de quem consiga criar um "tricorder" médico, um aparelho de diagnóstico similar ao usado pelo Dr. McCoy, da série Jornada nas Estrelas.

O Qualcomm Tricorder X Prizeestá desafiando cientistas e engenheiros a construir uma ferramenta capaz de capturar "as métricas-chave da saúde e diagnosticar um conjunto de 15 doenças".

Ele precisa ser leve o suficiente para que os candidatos a Dr. McCoy possam levá-lo a tiracolo - um peso máximo de 2,2 kg.

De acordo com o manual técnico oficial de Jornada nas Estrelas, um tricorder é um "aparelho portátil de sensoriamento, computação e comunicações de dados".

O aparelho capturou a imaginação de milhões de espectadores do filme quando foi usado pela primeira vez na primeira transmissão da série, em 1966.

No episódio, que ocorria no século 23, o médico da equipe usou o tricorder para diagnosticar uma doença simplesmente fazendo uma varredura do corpo de uma pessoa.

 

Fato científico

Os organizadores do prêmio esperam que o enorme quantia em dinheiro possa inspirar os engenheiros de hoje a descobrir o segredo do gadget sci-fi, e "fazer a ficção científica do século 23 virar uma realidade para os médicos do século 21".

"Eu provavelmente sou o primeiro cara que que ficaria feliz em perder US$ 10 milhões", brincou o presidente da X Prize Foundation, Peter Diamandis.

Enquanto o tricorder ainda é coisa de ficção científica, outros prêmios X Prizes já se tornaram fato científico.

Em 2004, o Ansari X Prize para uma espaçonave reutilizável privada foi concedido à equipe que construiu a nave SpaceShipOne.

Grande parte da tecnologia desenvolvida para ganhar o prêmio foi posteriormente utilizado pela Virgin Galactic, uma das parceiras da NASA na nova era de exploração espacial privada.

 

Saúde wireless

Ao comentar o prêmio, o professor Jeremy Nicholson, chefe do departamento de cirurgia e câncer no Imperial College de Londres, afirma não acreditar que alguém possa ganhar os US$10 milhões em um futuro próximo.

"Os desafios são: o que você vai detectar, quais são as amostras que você pode colher e como juntar tudo em um único aparelho?", afirmou.

Mesmo se o aparelho puder ser construído, continuou ele, os testes e a obtenção da aprovação para uso médico podem levar muito mais tempo.

Mas o Sr. Diamandis, aquele que ficaria feliz em pagar o prêmio, afirma que o simples fato de o prêmio existir poderia transformar o setor de saúde.

"Não é uma solução pontual. O que estamos procurando é o lançamento de uma nova indústria", disse ele.

"O tricorder que foi usada por Spock e Bones inspira uma visão de como a saúde será no futuro. Ela será sem fio, móvel e minimamente ou não-invasiva," prevê Diamandis.

Se serve como consolo para aqueles que pensam em ganhar o prêmio, pelo menos uma característica do tricorder de Jornada nas Estrelas não precisará estar presente.

"Nós não temos uma exigência de que o aparelhinho faça um zumbido," brincou Diamandis.

Fonte:

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Nasa quer revolucionar a energia nuclear

Por Douglas Ciriaco, 14 de Janeiro de 2012

Vídeo da agência espacial dos EUA fala sobre um novo tipo de produção de energia nuclear, mais limpo e seguro do que o tradicional.

Nasa aprimora pesquisas para produção de energia nuclear limpa e sem riscos. (Fonte da imagem:Reprodução/Nasa)

 

Foi publicado no site da Nasa um vídeo em que o cientista Joseph Zawodny fala sobre as pesquisas da agência espacial estadunidense sobre fusão a frio, também conhecida como reação nuclear de baixa energia (LENR na sigla em inglês). Entitulado “Method for Enhancement of Surface Plasmon Polaritons to Initiate & Sustain LENR”, o vídeo explica como quais os benefícios desse novo método.

Conforme Zawodny, este novo tipo de produção de energia nuclear libera energia por meio da adição de nêutrons. Com isso, eles eventualmente ganham um número suficiente de nêutrons que se transformam em uma nova substância de massa igual, porém de elementos diferentes. Essa nova substância oferece uma energia mais limpa do que os tradicionais combustíveis nucleares.

Além disso, esse processo pode ser realizado com o uso de matérias-primas de fácil acesso, como níquel, carbono e hidrogênio. Segundo o cientista, as pesquisas demonstram que essa nova forma de obtenção de energia nuclear se mostrou eficiente para a produção de energia limpa, sem correr riscos de radiação ionizada e sem desperdício de material.

A principal aplicação desse método seria, para Zawodny, no fornecimento de energia elétrica para casas e prédios. Um aparelho que realizaria todo o processo usando apenas água como substituto do aquecedor convencional e que, com o calor gerado em excesso, serviria também para esquentar a água usada pelos habitantes do local.

Fonte: Tecmundo

Limpeza isotópica pode evitar superaquecimento de processadores

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/01/2012

Grafeno isotopicamente puro é excelente condutor termal

O grafeno isotopicamente purificado apresentou uma elevação da condutividade termal de 60%.[Imagem: Chen et al./Nature Materials]

 

Pureza relativa

Que o grafeno é uma tela de galinheiro feita com átomos de carbono todo o mundo já se sabe.

O que poucos se dão conta é que o carbono tem vários isótopos, sendo dois deles estáveis.

Assim, considerando que você consiga produzir o grafeno mais puro possível, ele terá 98,9% de carbono 12 (ou isótopo 12C) e 1,1% de carbono 13 (ou 13C).

Isto é suficiente para tornar o material um dos melhores condutores elétricos e termais que se conhece.

 

Purificação isotópica

Mas Rodney Ruoff, da Universidade da Califórnia, juntamente com colegas dos Estados Unidos, Coreia e China, não se deu por satisfeito, e decidiu fazer uma "limpeza isotópica" no grafeno.

Os resultados não se fizeram esperar: bastou remover 1% do carbono 13 para que o material melhorasse sua capacidade de transferência de calor em 60%.

O grafeno isotopicamente purificado tem 99,9% de carbono 12.

A diferença entre os isótopos está na massa atômica dos átomos de carbono. Os cientistas acreditam que a remoção do carbono 13 modifica as propriedades dinâmicas da rede atômica do grafeno, afetando sua condutividade termal.

Isto torna o grafeno isotopicamente purificado um dos melhores condutores térmicos que se conhece.

 

Processadores, células solares e radares

O resultado é significativo sobretudo quando se leva em conta que o grafeno poderá conviver com o silício no interior dos processadores em um futuro próximo.

Com o problema da dissipação térmica cada vez mais grave, ter um material que funcione tanto como componente eletrônico ativo, quanto como meio de retirar o calor do chip é algo mais do que bem-vindo.

Condutores termais eficientes em nano e microescala também são uma demanda em vários outros campos, das células solares aos radares.

"O mais importante da descoberta é a possibilidade de melhorar fortemente a propriedade de condução termal do grafeno isotopicamente puro sem alterar substancialmente suas outras propriedades físicas, elétricos ou ópticas," destaca o professor Alexander Balandin, outro membro da equipe.

Bibliografia:
Thermal conductivity of isotopically modified graphene
Shanshan Chen, Qingzhi Wu, Columbia Mishra, Junyong Kang, Hengji Zhang, Kyeongjae Cho, Weiwei Cai, Alexander A. Balandin, Rodney S. Ruoff
Nature Materials
10 January 2012
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nmat3207

Fonte: