sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Grafeno faz elétrons voarem como fótons: Novo componente eletrônico?

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/02/2014

Transporte balístico no grafeno aponta para novo componente eletrônico

Os elétrons (em azul) viajam balisticamente ao longo das nanofitas de grafeno (em preto), que foram fabricadas entre ranhuras de carbeto de silício (átomos em amarelo).[Imagem: John Hankinson]

Elétrons que se movem como fótons

Por mais famoso que tenha-se tornado, o grafeno pode estar escondendo segredos ainda não desvendados pelos físicos.

Um experimento que eliminou defeitos nas bordas das fitas de grafeno mostrou que os elétrons podem viajar através do material 10 vezes mais rápido do que as teorias diziam ser possível.

O fenômeno inusitado foi chamado de "transporte balístico" por Jens Baringhaus, da Universidade de Leibniz, na Alemanha, que realizou o experimento com o auxílio de colegas da França e dos Estados Unidos.

Os resultados sugerem que os elétrons movem-se nas bordas das fitas de grafeno de forma muito similar aos fótons circulando em uma fibra óptica, em vez do jeitão normal dos elétrons, que trombam e desviam do caminho quando se movem em um condutor metálico.

O resultado prático é que os elétrons circulam quase sem resistência pelas bordas caprichadas do grafeno - e a temperatura ambiente.

As nanofitas de grafeno, por sua vez, funcionam mais como guias de onda ópticos, ou como pontos quânticos, com a resistência elétrica variando em passos discretos, conforme previsto pela mecânica quântica - em um condutor metálico, a resistência aumenta com o comprimento do fio, já que os elétrons têm muito mais no que trombar.

Transporte balístico no grafeno aponta para novo componente eletrônico

O segredo do fenômeno parece estar nas bordas das fitas de grafeno, que foram criadas sem defeitos. [Imagem: DOI: 10.1038/nature12952]

Transporte balístico

Nas nanofitas de grafeno, os elétrons podem mover-se por dezenas e até centenas de micrômetros sem darem nenhuma trombada - um resultado similar ao que já fora obtido com nanotubos de carbono, que são essencialmente folhas de grafeno enroladas e, portanto, sem bordas irregulares para atrapalhar.

É esse movimento sem trombadas que caracteriza o transporte balístico, a circulação de elétrons em um meio que oferece trechos sem resistência ao seu movimento - o que é diferente dos supercondutores, que não oferecem nenhuma resistência, mas só fazem isso em temperaturas criogênicas.

"Esta resistência constante está relacionada com uma das constantes fundamentais da física, o quantum de condutância," explicou o professor Walt de Heer, coordenador da equipe. "A resistência deste canal não depende da temperatura, e ele não depende da quantidade de corrente que você está injetado através dele."

Mas, como em todos os fenômenos quânticos, tudo é muito delicado. Basta colocar uma ponta de prova na fita de grafeno para medir sua resistência para interromper o fluxo de elétrons - tocar a fita com uma ponta de prova dobra a resistência elétrica; tocá-la com duas pontas de prova triplica a resistência.

Tudo parece depender mesmo da "lisura" das bordas das fitas de grafeno - os pesquisadores não cortaram o grafeno para produzir as fitas, eles o fabricaram no interior de trilhas de silício, e depois removeram as barreiras laterais, deixando o grafeno com bordas perfeitas - já se sabia que os defeitos nas bordas do grafeno podiam se transformar em virtudes.

Transporte balístico no grafeno aponta para novo componente eletrônico

A equipe já fez alguns testes para verificar se pode criar um novo tipo de componente eletrônico de altíssima velocidade. [Imagem: DOI: 10.1038/nature12952]

Grafeno não é silício

Por entusiasmantes que sejam os resultados, apontando para um eventual novo fenômeno físico e novas possibilidades de aplicações, esse comportamento pode ser mais uma pedra no sapato no trabalho daqueles que tentam usar o grafeno na eletrônica, para a construção de chips.

Isso porque, quanto melhor o grafeno conduz eletricidade, mais problemático fica seu uso como semicondutor.

A opinião do professor De Heer é contundente: os pesquisadores têm que parar de tentar usar o grafeno como se ele fosse silício, e em vez disso usar suas propriedades únicas de transporte de elétrons para projetar novos tipos de componentes que permitam uma computação ultrarrápida.

Para isso será necessário manipular esses elétrons ultrarrápidos, fazendo com que eles fluam de forma ordenada e controlada.

"Nós já conseguimos dirigir esses elétrons e os chaveamos usando técnicas rudimentares. Nós podemos colocar um bloqueio, e então abri-lo novamente. Novos tipos de chaves para esse material já estão no horizonte," concluiu o professor De Heer - em um circuito eletrônico, transistores são essencialmente chaves liga-desliga.

Antes disso, porém, os físicos vão ter que entender exatamente como e por que esses elétrons se comportam quase como se fossem fótons - eventualmente pode estar atuando uma quasipartícula ainda desconhecida.

 

Bibliografia:
Exceptional ballistic transport in epitaxial graphene nanoribbons
Jens Baringhaus, Ming Ruan, Frederik Edler, Antonio Tejeda, Muriel Sicot, AminaTaleb-Ibrahimi, An-Ping Li, Zhigang Jiang, Edward H. Conrad, Claire Berger, Christoph Tegenkamp, Walt A. de Heer
Nature
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nature12952

Astrofísicos procuram viajantes do tempo na internet

Baseado em artigo de Marcia Goodrich - MTU - 07/02/2014

Astrofísico procura viajantes do tempo na internet

Se você tivesse uma máquina do tempo, você viajaria para o passado para ganhar na loteria? [Imagem: Cortesia BBC]

Durante as férias, o astrofísico Robert Nemiroff estava batendo papo com sua aluna Teresa Wilson, e a conversa derivou para os sites de redes sociais.

Eles se perguntaram: Se houvesse viajantes do tempo entre nós, será que eles estariam nas mídias sociais? Como se poderia encontrá-los? Como procurar por eles usando sites de busca?

Outros teóricos já haviam concluído que é possível detectar máquinas do tempo do futuro que tenham vindo para o presente, mas os dois queriam localizar os viajantes do tempo de forma mais fácil - procurando-os pela internet.

"Nós tivemos uma pequena discussão fantasiosa sobre isso," confessa Nemiroff, que é professor da Universidade Tecnológica de Michigan, nos Estados Unidos.

O resultado foi um esforço divertido, mas sério, para tentar identificar os hipotéticos viajantes do futuro peneirando-os entre os internautas do presente.

Conhecimento presciente

Como não daria bons resultados simplesmente perguntar para as pessoas se elas eram viajantes do tempo, Nemiroff e Teresa desenvolveram uma estratégia de pesquisa com base no que eles chamam de conhecimento presciente - se pudessem encontrar uma menção a algo ou alguém na internet antes que as pessoas pudessem saber algo sobre o assunto, isso poderia indicar que, quem quer que tenha escrito a mensagem, só poderia ter vindo do futuro.

O grupo selecionou termos de busca relacionados a dois fenômenos recentes, o Papa Francisco e o cometa ISON, e começou a procurar por referências a eles antes que eles fossem conhecidos.

O trabalho foi exaustivo: eles usaram uma variedade de motores de busca, como Google e Bing, e varreram o Facebook e o Twitter.

Astrofísico procura viajantes do tempo na internet

O futuro pode afetar o passado por meio da "causalidade retrospectiva", defendem alguns pesquisadores. [Imagem: Cortesia Shutterstock/Sam72]

No caso do cometa ISON, não houve menção antes que ele entrasse em cena em setembro de 2012, prometendo ser o cometa do século. E eles descobriram apenas um post em um blog fazendo referência a um papa Francisco antes que Jorge Mario Bergoglio fosse eleito chefe da Igreja Católica em 16 de março, mas o texto parecia mais acidental do que presciente.

Eles também procuraram por "consultas prescientes" que pudessem ter sido feitas nos motores de busca. Sem sucesso.

Coisas de tempo... e espaço

Para o seu último e talvez mais engenhoso esforço, os pesquisadores criaram um post em setembro de 2013 pedindo aos leitores para enviar por e-mail ou tweeter uma de duas mensagens até agosto de 2013 (que já havia passado): "#ICannotChangeThePast2" ou "#ICanChangeThePast2" - "Eu não posso mudar o passado" ou "Eu posso mudar o passado", respectivamente.

Infelizmente, o convite ficou sem resposta, e eles não receberam nenhum insight novo sobre as contradições inerentes das viagens no tempo.

"Nossa pesquisa limitada não deu em nada," comentou Nemiroff. "Eu realmente não achava que pudesse dar em alguma coisa. Mas eu ainda não sei de ninguém que tivesse realizado uma pesquisa como esta. A internet é essencialmente um vasto banco de dados, e eu acho que, se os viajantes do tempo estivessem por aqui, a sua existência já teria sido denunciada de alguma outra forma, talvez postando números vencedores da loteria antes do sorteio."

Nemiroff, que normalmente publica sobre temas menos controversos, como lentes gravitacionais e erupções de raios gama, diz que este esforço não é tão esdrúxulo para ele como alguns poderiam pensar: "Eu estou sempre fazendo coisas no espaço e no tempo. Isto tem sido muito divertido."

Bibliografia:
Searching the Internet for evidence of time travelers
Robert J. Nemiroff, Teresa Wilson
arXiv
http://arxiv.org/abs/1312.7128v1

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Apple deveria criar opção ao iPhone com Android, sugere Wozniak

Por Redação Olhar Digital - em 06/02/2014 às 15h10


Cofundador da Apple, Steve Wozniak nunca viu com bons olhos a ambição financeira do parceiro Steve Jobs. Seu entusiasmo por softwares abertos o transformou num ferrenho crítico dos padrões fechados adotados pela empresa e isso se reflete na polêmica declaração dada esta semana. Segundo ele, a maçã deveria desenvolver ao menos um celular com Android e adotá-lo como alternativa aos iPhones.

"Nós competiríamos muito bem. As pessoas gostam da estilização e da manufatura do nosso produto em comparação com outros smartphones com Android. Poderíamos jogar nas duas áreas ao mesmo tempo", sugeriu o cofundador da Apple, que atualmente não tem mais envolvimento com a empresa comandada por Tim Cook.

Avessa a produtos populares, a Apple deu o braço a torcer em 2013 quando lançou um iPhone mais barato, o multicolorido 5c. Com acabamento em plástico em vez de metal, o aparelho mantém as especificações do antecessor e gera economia de até 30%. Mas, convenhamos: aderir ao Android seria uma mudança radical - e muito improvável - nos negócios da companhia, ainda que o sistema do Google tenha caído no gosto do consumidor.

Perguntado sobre o lançamento de novas categorias de produtos, Woz (como é conhecido entre fãs de tecnologia) contou que as novidades da Apple são sempre guardadas com sigilo absoluto. Desde o ano passado, especula-se na mídia que a empresa possa lançar um relógio inteligente para se aventurar na era da tecnologia vestível. Será?

Via: Wired.com

Em Sochi, seu smartphone e computador podem ser hackeados em segundos

Por Leonardo Müller em 6 de Fevereiro de 2014

Casa das Olimpíadas de Inverno deste ano também enfrenta inúmeros outros problemas estruturais

 

Se você curte falar “imagina na Copa” para todo problema que vê pelas ruas das grandes cidades brasileiras, deve ser porque ainda não soube do que acontece em Sochi, na Rússia, a cidade que recebe as Olimpíadas de Inverno deste ano. 

Por lá, os hotéis podem não ter chão, a água pode não ser transparente e você pode ter seu smartphone ou computador hackeado em segundos quando está conectado a uma rede WiFi pública. As informações são da rede de TV NBC, que mostrou como todos os aparelhos de um de seus enviados para a cobertura dos jogos foram hackeados.

Os testes preliminares foram feitos com dois “dispositivos-isca”, sendo que a emissora já estava sabendo da invasão de aparelhos em massa na cidade. Acontece que, depois de comprovada tal teoria, o enviado Richard Engel explicou que praticamente todos os dispositivos que ele levou para a Rússia foram atacados quando conectados à internet.

A Kaspersky está fazendo a segurança virtual do evento, mas a própria empresa avisa que, como incontáveis dispositivos estarão sendo conectados à internet na cidade nos próximos dias, os hackers terão muitos alvos desprotegidos para atacar. As autoridades locais têm inclusive avisado todos os visitantes sobre os riscos de ter informações e arquivos roubados através de conexões inseguras e até aparentemente protegidas.
Fonte: NBC, Gizmodo

Superbandas: internet ultrarrápida chegou ao Brasil. Veja planos e preços

Por Fernando Daquino em 5 de Fevereiro de 2014
 
Confira quanto você precisa desembolsar para ter uma conexão com taxas de download de até 62,5 MB/s 
Infográfico - Superbandas: internet ultrarrápida chegou ao Brasil. Veja planos e preços