sábado, 29 de março de 2014

Europa lança processador multinúcleos anti-NSA

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/03/2014
Europa lança processador multinúcleos anti-NSA
Palavras pesadas forma usadas no lançamento do processador Tomahawk (tacape), de resto um nome particularmente associado a armas. [Imagem: Jürgen Lösel]

Processador antiespionagem

Normalmente as notícias sobre novos chips e processadores vêm de empresas como Intel, AMD ou IBM.

Mas parece que a espionagem norte-americana está fazendo nascer novos atores, que possuem preocupações além da conquista de mercado.

Pesquisadores alemães apresentaram um novo processador de uso genérico que está sendo aclamado como uma "nova revolução digital".

O Tomahawk é extremamente rápido, eficiente em termos de energia e resistente.

Trata-se de um processador heterogêneo, de múltiplos núcleos, que pode facilmente se tornar o coração de vários tipos diferentes de aparelhos.

"Não é nada menos do que um novo nível da revolução digital," anunciou o professor Gerhard Fettweis, da Universidade Técnica de Dresden.

Segundo a equipe, o chip foi projetado para permitir a troca de volumes muito grandes de dados, transmitidos com alta latência ponta a ponta, abrindo caminho para aplicações totalmente novas.

Entre as aplicações mais imediatas, foram citados veículos capazes de reagir automaticamente a todos os obstáculos na estrada e veículos sem motorista que poderão viajar em alta velocidade sem precisar manter distância uns dos outros, praticamente com os pára-choques colados.


Chip da discórdia

O interesse maior, contudo, parece estar na transmissão de dados, no desenvolvimento de um novo padrão de internet móvel, o 5G, e de um conceito ainda não totalmente definido, que os pesquisadores chamam de "internet tátil".

E, claro, na segurança da comunicação de dados.

Nesse particular, a apresentação dos pesquisadores mais parecia um discurso de militares apregoando a defesa contra inimigos declarados.

"O desenvolvimento da liderança tecnológica europeia na área das tecnologias de rede - como as atividades da NSA mostraram claramente - não é apenas uma necessidade econômica," disse o professor Fettweis.

Palavras ainda mais pesadas constam da nota à imprensa acerca do lançamento do processador Tomahawk (tacape), de resto um nome particularmente associado a armamentos.

"Inovações em áreas como engenharia, automóveis, transporte e logística, serviços de saúde e administração pública só podem ser desenvolvidas de forma sustentável na Alemanha e na Europa se elas forem desenvolvidas, testadas e utilizadas aqui," diz a nota.

A julgar pelo tom adotado mo lançamento, provavelmente não será possível comprar um processador Tomahawk na loja de informática da esquina tão cedo.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Bateria que respira promete dar fôlego aos carros elétricos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/03/2014


Autonomia elétrica

Desde que se descobriu a possibilidade técnica de construir baterias de lítio-ar que inúmeros grupos de pesquisas ao redor do mundo vêm tentando fabricar essa bateria que respira.

Os cálculos indicam que uma bateria de ar-lítio pode armazenar 10 vezes ou mais energia do que as melhores baterias de íons de lítio disponíveis no mercado atualmente.

A principal diferença entre as baterias de íons de lítio e a bateria de lítio-ar é que esta substitui o catodo tradicional - um componente-chave da bateria envolvido no fluxo da corrente elétrica - pelo ar atmosférico.

Isso torna a bateria recarregável mais leve e com maior densidade de energia.

O problema é que tem sido difícil construir essas baterias de forma que elas consigam respirar por longos períodos sem se degradar.

Os melhores resultados foram relatados agora pela equipe do professor Nobuyuki Imanishi, da Universidade Mie, no Japão.

"A densidade prática de energia do nosso sistema é de mais de 300 Wh/kg [watts-hora por quilograma], em comparação com a densidade de energia de uma bateria de íons de lítio comercial, que é de 150 Wh/kg," disse Imanishi.

Isso seria suficiente para dar aos carros elétricos a mesma autonomia que um carro a gasolina tem hoje com um tanque cheio.

Bateria que respira promete dar fôlego aos carros elétricos
A bateria ar-lítio - a barra inferior, identificada como lítio-oxigênio - tem uma densidade de energia muito superior às baterias mais modernas. [Imagem: Cortesia Winfried Wilcke/IBM]
 
 
Bateria de ar-lítio

A receita do professor Imanishi para fazer uma bateria lítio-ar prática parece bem simples: adicionar água ao eletrólito, o material que conduz os elétrons entre os eletrodos.

Esse design "aquoso" impede que o lítio reaja com os gases da atmosfera, além de permitir reações mais rápidas no eletrodo "aéreo".

Para evitar que a água danifique o lítio, os pesquisadores fizeram um sanduíche de polímero com alta condutividade e um eletrólito sólido entre o eletrodo de lítio e a solução aquosa.

O resultado foi uma bateria com capacidade para reter o dobro da energia de uma bateria de íons de lítio convencional.

A tarefa agora é aumentar a vida útil da bateria que respira, que sobreviveu a 100 ciclos de inspiração e expiração (recarga e descarga), o que significa que ela ainda precisa ganhar algum fôlego.