sábado, 24 de dezembro de 2011

5 mitos sobre o cérebro que você jurava ser verdade

Por Felipe Arruda, 23 de Dezembro de 2011

Chega de torturar crianças com Mozart: elas não ficarão mais inteligentes por ouvir o compositor. Confira a detonação desse e de outros mitos sobre o cérebro humano.

O cérebro humano ainda guarda muitos mistérios. Apesar de haver evidências de que o estudo do sistema nervoso existe desde o Egito Antigo, foi só com o surgimento do microscópio, em 1890, que as pesquisas sobre o cérebro passaram a ser mais sofisticadas. Muitas das descobertas que persistem ainda hoje no campo da neurociência foram realizadas a partir de 1950.

As pesquisas atuais não cansam de nos surpreender. O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, por exemplo, conseguiu “separar” a mente do corpo, fazendo com que as ondas cerebrais de um macaco nos EUA controlassem um robô no Japão.

Mas mesmo com todo o avanço, ainda há muito que descobrirmos sobre o cérebro humano. Por isso, é normal que alguns mitos sobre o funcionamento desse órgão prevaleçam na cultura popular. Sendo assim, o Tecmundo preparou uma lista com a detonação de cinco famosos equívocos sobre o cérebro que são sempre repetidos por aí. Vamos a eles!

 

1. “Quem usa o lado esquerdo do cérebro é bom em matemática...”

É muito comum ouvir que pessoas bem organizadas ou com facilidade para solucionar problemas lógicos são aquelas que “pensam” com a parte esquerda do cérebro. Em compensação, as pessoas que tendem a usar mais o lado direito são as que possuem mais vocação para a arte e trabalhos que exigem criatividade.

Quem costumava usar isso como desculpa para justificar as notas baixas em matemática agora vai ter que se desculpar. De acordo com a médica e escritora Lisa Collier Cool, esse mito surgiu nos anos de 1800, quando médicos descobriram que danos causados em um lado do cérebro causavam a perda de habilidades específicas. Entretanto, estudos recentes demonstram que os dois hemisférios do cérebro estão mais ligados do que imaginávamos, sendo que tanto a solução de problemas lógicos quanto a realização de trabalhos criativos disparam atividades nos dois lados do órgão humano.

Outro fato que colaborou para o mito foi que o lado esquerdo do cérebro controla o lado direito do corpo, e vice-versa. Apesar de ser verdade, isso não explica o porquê de uma pessoa canhota ser muito criativa ou alguém destro gostar de matemática. Em outras palavras: todos estão aptos a serem habilidosos em ambas as áreas.

 

2. O cérebro é cinza

Sabe aqueles cérebros acinzentados e dentro de potes que costumamos ver em filmes e seriados de TV? Pois bem, eles existem, mas aquela não é a cor do órgão dentro de nossas cabeças. O cérebro se torna cinza por causa dos produtos químicos usados para a sua conservação, como o formaldeído.

Apesar de a famosa massa cinzenta existir em nosso cérebro, há também a massa branca, as áreas avermelhadas pela presença de vasos sanguíneos e uma região preta, que adquire essa coloração por causa da neuromelanina, pigmento encontrado também na pele e no cabelo humano.

 

3. Álcool mata as células do cérebro

Bebidas alcóolicas não matam células do cérebro, mas fazem mal ao corpo (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)

 

Calma, antes de começar a beber todas, vamos à ciência por trás disso. E nada como começar com uma ressalva: o álcool pode sim matar células do seu cérebro, mas apenas se tiver 100% de pureza. Como as bebidas legalizadas são vendidas com um teor alcóolico muito abaixo disso, as chances de matar os seus neurônios são muito baixas.

De acordo com estudo realizado em 1993 por Grethe Jensen, em vez de matar as células o álcool danifica as terminações nervosas conhecidas como dendritos. Ou seja, apesar de a célula em si não ser invalidada, a forma como ela se comunica com as outras acaba prejudicada. E, diferentemente das drogas que atuam em regiões específicas do cérebro, o álcool atua no órgão todo, podendo causar um verdadeiro estrago em casos de abuso.

 

4. Usamos apenas 10% do nosso cérebro

Você já deve ter ouvido falar que o ser humano usa apenas 10% do cérebro, certo? Pois bem, esse é um dos mitos mais populares e mais fáceis de serem quebrados. Para refutá-lo, basta fazer a seguinte pergunta: se isso é verdade, então para que servem os outros 90% do órgão? E a culpa, desta vez, é da televisão, que não raramente é acusada de estar emburrecendo os telespectadores.

De acordo com o site Snopes, especializado em desvendar hoaxes e mitos, essa informação equivocada surgiu em um anúncio de revista, no ano de 1998, que dizia: “Você usa apenas 11% do seu potencial”. Porém, quando a emissora norte-americana ABC resolveu usar a frase em propagandas para a série “The secret lives of men” , ela foi alterada para “Homens usam apenas 10% do cérebro”.

Depois disso, não demorou muito até que especialistas em paranormalidade assumissem que os outros 90% do cérebro guardavam poderes psíquicos adormecidos, que podem ser reativados com o devido treinamento. Até mesmo o famoso Uri Geller, na introdução de um de seus livros, cita o fato.

Mas o fato é que isso não passa de bobagem. Lisa Collier Cool explica que, por meio de tomografias e ressonâncias magnéticas é possível constatar que atividades mentais complexas usam diversas áreas do cérebro e, ao fim do dia, o cérebro todo acabou trabalhando. Outra prova de que usamos muito mais do que os tais 10% é o fato de que uma lesão no cérebro, por menor que seja, pode trazer danos irreparáveis ao seu portador. Seria muito azar machucar justamente a porção funcional do órgão.

 

5. Mozart e joguinhos aumentam seu QI

Não seria legal se pudéssemos ficar mais inteligentes ouvindo música ou resolvendo exercícios de lógica? Nós também achamos. Há, inclusive, games bem divertidos, como os da série Brain Ages, do Nintendo DS. Mas de acordo com uma pesquisa divulgada pelo site Physorg, esses títulos aumentam tanto o seu QI quanto Mario Bros. ou Tetris.

O estudo, que chegou a ser publicado pela conceituada revista Nature, avaliou mais de 8,6 mil pessoas com idade entre 18 e 60 anos e que jogaram esses games por, pelo menos, 10 minutos por dia e três vezes por semana. Outra equipe, com mais de 2,7 mil participantes, deveria se preparar apenas navegando na internet e respondendo a perguntas de conhecimentos gerais.

Comparando os resultados coletados por meio de testes aplicados antes e depois do treinamento, os pesquisadores não conseguiram detectar melhora naqueles que se submeteram ao treinamento com partidas de video game. Pelo contrário: aqueles que passaram o tempo navegando na web tiveram um desempenho maior em algumas seções das provas.

A mesma coisa acontece com a música de Mozart. Apesar de ser boa e de colaborar para o aumento de cultura do ouvinte, mesmo que seja um bebê de 3 anos, não há respaldo científicopara a ideia de que as composições dele possam aumentar a inteligência de alguém. Mesmo assim, existe toda uma indústria de CDs e produtos para bebês que se sustenta em cima desse mito.

De qualquer forma, podemos afirmar sem medo: brincar com video games e conhecer um pouco mais sobre música clássica não fará mal a ninguém, certo?

Fonte: Tecmundo

Corpo humano é programado para se autodestruir

Por Wikerson Landim, 23 de Dezembro de 2011
Descoberta de pesquisadores norte-americanos mostra que RNAm carrega mensagem fatal que pode ser utilizada em casos extremos.
(Fonte da imagem: Meiosis and Mitosis)

Pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine, nos Estados Unidos, anunciaram nesta semana a descoberta de que o corpo humano é programado para se autodestruir em situações extremas. A explicação está no processo de síntese de proteínas.
O RNA mensageiro é o responsável por levar as informações do DNA para transformá-las em proteínas. Segundo os cientistas, em algumas situações o RNA pode interromper o processo, deixando de levar essas informações adiante, o que faz com que as células não se reproduzam ou regenerem.
As pesquisas se concentraram em dois genes, SWI5 e CLB2, que codificam proteínas e ajudam a regular o ciclo de divisão celular, quando há duplicação do material genético para posterior distribuição dele entre as duas células-filhas.
Caso seja possível identificar e controlar a maneira como o RNA mensageiro reage, a expectativa dos médicos é propor terapias de regulagem da divisão celular descontrolada, que caracteriza o câncer. O estudo ainda está em andamento e não há previsão de conclusão.
Fonte: Tecmundo

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Circuitos elétricos se autoconsertam com metal líquido

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/12/2011

Circuitos elétricos se autoconsertam com metal líquido

This shows self-healing electronics. Microcapsules full of liquid metal sit atop a gold circuit. (Top) When the circuit is broken, the microcapsules rupture (center), filling in the crack and restoring the circuit (bottom).[Imagem: Scott R. White]

 

Auto-reparo elétrico

Engenheiros da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, desenvolveram um mecanismo que permite que circuitos elétricos ou eletrônicos consertem fisicamente a si mesmos em caso de falha.

Os circuitos integrados, e os fios que os conectam, estão cada vez menores.

Não apenas o tempo, mas também a fadiga térmica, que leva a sucessivas ondas de expansão-contração, faz com que essas conexões metálicas trinquem, inutilizando todo o circuito e, muitas vezes, o equipamento inteiro.

"Em vez de ter que fabricar circuitos redundantes, ou construir um sistema de diagnóstico, este material foi projetado para cuidar sozinho do problema," diz o professor Jeffrey Moore, um dos idealizadores do sistema de autoconserto.

 

Restaurando a condutividade

A equipe havia anteriormente desenvolvido um sistema de autocicatrização que imita a pele humana, mas que funciona apenas para polímeros.

Agora eles conseguiram expandir a técnica para materiais condutores.

Os pesquisadores dispersaram cápsulas com tamanho médio de 10 micrômetros sobre os fios de um circuito eletrônico, que foi sendo gradativamente puxado, forçando a criação de uma trinca.

Conforme a trinca se propaga, as microcápsulas se quebram e liberam o metal líquido (uma solução com nanopartículas de índio e gálio) contido em seu interior. O metal preenche a fissura no circuito, restaurando a condutividade elétrica.

Esse conceito, de microcápsulas que se rompem, já é largamente utilizado emmateriais autocicatrizantes, inclusive em metais que se curam sozinhos de arranhões, mas sempre com objetivos estruturais - o objetivo aqui é a restauração da condutividade.

A quebra do fio interrompeu o circuito por apenas alguns microssegundos, enquanto o metal líquido preenchia a falha.

Nos experimentos, 90% das amostras recuperaram 99% de sua capacidade de condução elétrica.

 

Aplicações elétricas

Embora os pesquisadores se refiram a aplicações de sua técnica em circuitos eletrônicos, as cápsulas são grandes demais para os circuitos integrados, cujostransistores e suas interconexões têm dimensões na escala dos nanômetros - 1.000 vezes menores do que as cápsulas usadas.

Mas o enfoque é interessante para circuitos elétricos propriamente ditos, como fiações em satélites artificiais, naves e sondas espaciais, aviões, ou mesmo emautomóveis, onde uma interrupção pode ser catastrófica ou cara demais para ser consertada.

Os eletrodos de baterias são outro campo natural de aplicação da nova tecnologia.

Bibliografia:
Autonomic Restoration of Electrical Conductivity
Benjamin J. Blaiszik, Sharlotte L. B. Kramer, Martha E. Grady, David A. McIlroy, Jeffrey S. Moore, Nancy R. Sottos, Scott R. White
Advanced Materials
20 Dec 2011
Vol.: Early View
DOI: 10.1002/adma.201102888

Fonte:

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Energia solar já atingiu nível de competitividade econômica

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/12/2011

Energia solar já atingiu nível de competitividade econômica

Este foi o levantamento mais criterioso já realizado até agora dos custos da energia solar, atualizando vários coeficientes técnicos assumidos incorretamente.[Imagem: Wikimedia]

 

Chique

"Já é hora de parar de ver a energia solar como a boutique das fontes de energia."

Na verdade, ela nem mais deveria ser vista como uma fonte alternativa de energia, mas como "uma opção técnica e economicamente viável".

O recado contundente é do pesquisador Joshua Pearce, da Universidade Queens, no Canadá.

Pearce e seus colegas fizeram o levantamento mais criterioso já realizado até agora dos custos da energia solar.

E encontraram números que são muito diferentes dos que vêm sendo adotados na larga maioria dos estudos da área, na maioria das vezes sem critério e sem nenhum questionamento.

 

Custo da energia solar

"Historicamente, quando comparam a economia da energia solar e das fontes convencionais de energia, as pessoas têm sido muito conservadoras," diz o pesquisador, citando como "pessoas" os estudiosos que publicaram artigos científicos sobre o assunto.

O grupo de Pearce revisou todos esses estudos, publicados ao longo das últimas décadas, e descobriu que os números usados nas comparações de custos estão errados por uma larga margem.

Para descobrir o custo real da energia fotovoltaica é necessário considerar, além do custo dos painéis solares, os custos de instalação e de manutenção, o custo financeiro do investimento, a vida útil dos painéis e a potência efetiva que eles produzem ao longo do ano.

 

Coeficientes corretos

O primeiro erro encontrado foi na durabilidade dos painéis solares. "Com base nos últimos estudos de longo prazo, nós devemos fazer nossa análise econômica considerando um ciclo de vida de 30 anos, no mínimo," afirmou Pearce.

Além disso, a maioria das análises reproduz um dado que afirma que a produtividade dos painéis solares fotovoltaicos cai a uma taxa de 1% ao ano, quando o dado real, com base nos painéis disponíveis hoje no comércio, fica entre 0,1 e 0,2%.

Finalmente, as análises têm largas variações quanto ao custo por watt de eletricidade gerada, que é citado entre US$2 e US$10.

"O custo verdadeiro em 2011, para painéis solares disponíveis no mercado mundial, é de US$1," afirma Pearce, mesmo que os custos dos próprios painéis e da mão-de-obra para instalação variem largamente ao redor do mundo.

 

Competitiva

O estudo crítico refaz então os cálculos e conclui que a energia solar já está alcançou competitividade em várias partes do mundo.

Segundo os pesquisadores, os painéis solares já podem gerar uma eletricidade que é tão barata - em alguns lugares, mais barata - do que a energia que os consumidores compram hoje das concessionárias.

Isto sem atribuir um valor financeiro para os outros benefícios da energia solar, como a redução da poluição e a queda na emissão de carbono.

Bibliografia:
A Review of Solar Photovoltaic Levelized Cost of Electricity
K. Branker, M. J.M. Pathak, J. M. Pearce
Renewable & Sustainable Energy Reviews
Vol.: 15, 4470-4482 (2011)
DOI: 10.1016/j.rser.2011.07.104

Fonte:

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Eletrônica impressa faz circuitos que esticam até 60%

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/12/2011

Eletrônica impressa faz circuitos que esticam até 60%

O circuito eletrônico e flexível é mostrado aqui recobrindo uma bola de beisebol. No detalhe, os transistores de nanotubos de carbono feitos por impressão direta.[Imagem: Berkeley Lab]

 

Eletrônica impressa

Engenheiros do Laboratório Berkeley, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova abordagem para a construção de circuitos eletrônicos flexíveis.

A técnica, barata de ser aplicada, baseia-se em duas tendências claras para a eletrônica do futuro: aeletrônica orgânica, baseada em plásticos, e a impressão de componentes eletrônicos.

Usando uma tinta eletrônica - uma solução de nanotubos de carbono enriquecida, formada basicamente por tubos semicondutores - os pesquisadores imprimiram redes de transistores de película com propriedades elétricas excepcionais, superando largamente os transistores puramente orgânicos demonstrados até agora.

E tudo sobre uma "placa-mãe" totalmente flexível.

 

Pele artificial

Para demonstrar o funcionamento da técnica, Ali Javey e seus colegas construíram uma pele artificial eletrônica, capaz de detectar e responder ao toque.

A equipe do Dr. Javey já havia demonstrado as possibilidades e as utilidades de uma pele eletrônica, tanto em robôs quanto em humanos - mas então eles usavam nanofios.

Agora eles simplificaram a técnica de fabricação, usando soluções líquidas que podem ser aplicadas por impressão.

"Esta tecnologia, em combinação com a impressão jato de tinta, permitirá a fabricação dos equipamentos eletrônicos do futuro, flexíveis e esticáveis, sem precisar da litografia," afirma Javey, referindo-se ao caro e complicado processo óptico usado atualmente para a fabricação de chips.

Eletrônica impressa faz circuitos que esticam até 60%

Se não for necessário espichar tanto o circuito, ele pode ser fabricado mais denso, com maior número de transistores por área. [Imagem: Takahashi et al./ACS]

 

"Esticabilidade" controlável

Ao contrário da maioria das demonstrações tecnológicas em escala de laboratório, que trabalham com protótipos pequenos, o grupo demonstrou sua nova técnica em um circuito eletrônico totalmente funcional com 56 centímetros quadrados.

O circuito flexível pode ser esticado em até 60% da sua dimensão original, sem perder a funcionalidade.

Como essa flexibilidade é controlável no momento da fabricação, se não for necessário espichar tanto o circuito, ele pode ser fabricado mais denso, com maior número de transistores por área.

O feito ressalta a importância de um outro feito recente, quando uma outra equipe desenvolveu uma técnica para separar nanotubos metálicos de nanotubos semicondutores.

Quando são fabricados, os nanotubos saem com os dois "sabores" misturados, mas apenas os nanotubos semicondutores são adequados para a fabricação de transistores de alto desempenho.

 

Agora e no futuro

Entre as aplicações possíveis dos circuitos eletrônicos flexíveis, no nível de desenvolvimento em que eles estão, estão revestimentos para monitorar trincas e outras falhas estruturais em materiais de diversos tipos, bandagens médicas para tratar infecções e embalagens inteligentes para detectar deterioração dos produtos.

No futuro, os pesquisadores esperam atingir funcionalidades suficientes para que telas, computadores e celulares também possam ser dobrados e esticados.

 

Bibliografia:
Carbon Nanotube Active-Matrix Backplanes for Conformal Electronics and Sensors
Toshitake Takahashi, Kuniharu Takei, Andrew G. Gillies, Ronald S. Fearing, Ali Javey
NanoLetters
Vol.: 11 (12), pp 5408-5413
DOI: 10.1021/nl203117h

Fonte:

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

IBM prevê para 2017 máquinas que lerão mentes e reconhecerão pessoas

20/12/2011 13h26 - 20/12/2011 13h46 Da France Presse

 

Cientistas da IBM pesquisam formas de conectar cérebro a dispositivos.
Empresa diz que será possível telefonar apenas ao pensar na pessoa.

 

A IBM prevê um futuro próximo no qual as máquinas lerão a mente humana e reconhecerão com quem estão interagindo. As previsões "IBM 5 em 5", reveladas na segunda-feira (19) pela empresa com sede no estado de Nova York, se baseiam em tendências que, segundo a IBM, começarão a se concretizar em 2017.


“De Houdini a Skywalker, a X-Men, ler a mente foi meramente uma ilusão para os fãs de ficção científica durante décadas, mas seu desejo pode se tornar realidade em breve”, disse a IBM em sua avaliação anual sobre inovações futuras. “Os cientistas da IBM estão pesquisando formas de conectar o cérebro do usuário aos seus dispositivos, como computador e smartphone”, continuou. Como exemplo, a IBM diz que seria possível telefonar para alguém apenas ao pensar na pessoa, ou fazer o cursor de um computador se mover na tela apenas ao desejar isso.

 

Cientistas da IBM pesquisam como conectar o cérebro do usuário aos seus aparelhos, como computador e smartphone (Foto: Reprodução/YouTube)Cientistas da IBM pesquisam como conectar o cérebro do usuário aos seus aparelhos, como computador e smartphone (Foto: Reprodução/YouTube)

 

Senhas


A companhia americana também prevê que as pessoas não precisarão mais guardar senhas. A estrutura biológica do usuário seria convertida em sua chave da identidade pessoal, com verificação de retina para reconhecer rostos ou de vozes para confirmar quem são as pessoas, em vez de ter que escrever senhas.
“Imagine que você será capaz de ir até um caixa eletrônico para retirar dinheiro de forma segura apenas dizendo seu nome ou buscando um pequeno sensor capaz de reconhecer os padrões únicos da retina do seu olho”, disse a IBM. “Ou fazendo o mesmo, você pode revisar seu saldo de seu celular ou tablet”, continuou.

 

Energia


A IBM também afirmou que, em 2017, haverá tecnologia capaz de produzir energia elétrica a partir de qualquer tipo de movimento – como caminhar ou andar de bicicleta –, assim como a partir do fluxo de água nas tubulações dos lares.
Segundo a empresa, os celulares reduzirão o abismo digital entre ricos e pobres, fazendo com que a informação seja facilmente acessível para todos, enquanto os e-mails não desejados serão eliminados por um filtro de seleção inteligente dos anúncios.

Fonte: G1

Site mostra universo em escala de maneira impressionante


Por Wikerson Landim, 4 de Novembro de 2011



Criação em Flash é rica em detalhes e abrange desde elementos microscópicos até galáxias inteiras.


Caso não consiga ver a animação entre no site






Que tal comparar o seu tamanho em relação ao universo? Uma belíssima animação em Flash disponibilizada no site Primax Studio mostra, em escala, o tamanho dos seres humanos em relação a objetos microscópicos e também se comparados a galáxias inteiras.

Para brincar no aplicativo, basta utilizar a barra azul logo abaixo da tela central para ampliar ou reduzir o zoom. O trabalho mostra o quão pequeno pode ser o homem e até mesmo o planeta em relação a tudo o que nos cerca. As informações estão disponíveis apenas em inglês, mas sem dúvida vale muito a pena a visita.

Fonte: Tecmundo

Estado quântico escuro melhora células solares em 44%

Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/12/2011

Estado quântico escuro melhora células solares em 44%

Esquema da fotoemissão (setas em laranja) e da transferência de carga para o fulereno C60 (setas azuis).[Imagem: Chan et al./Science]

 

Dois elétrons por fóton

A correção de uma teoria pode significar que a eficiência máxima das células solares é maior do que se pensava.

Os cientistas descobriram que é possível dobrar o número de elétrons coletados a partir de um único fóton da luz solar que atinge um material semicondutor.

Esse material semicondutor é usado nas chamadas células solares orgânicas.

Além de serem feitas à base de materiais plásticos flexíveis, as células solares orgânicas são muito mais baratas de se fabricar, embora sejam menos eficientes.

"Nossa descoberta abre o caminho para um enfoque totalmente novo na conversão da energia solar, levando a eficiências muito mais altas," afirma Xiaoyang Zhu, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

 

Eficiência máxima das células solares

A eficiência teórica máxima de uma célula solar comum é de aproximadamente 40%, por causa principalmente dos chamados "elétrons quentes", que têm energia demais para serem capturados, e acabam se transformando em calor.

Se fosse possível capturar os elétrons quentes, esse máximo teórico poderia subir para até 66%.

Em 2010, Zhu e sua equipe descobriram como capturar esses elétrons usando nanocristais, embora não tenham ainda conseguido viabilizar a tecnologia em larga escala.

Agora eles descobriram uma alternativa, com a vantagem de empregar as muito mais baratas células solares orgânicas.

 

Estado quântico escuro

O grupo descobriu que, em um material chamado pentaceno, um fóton produz um estado quântico escuro, chamado de "estado sombra", a partir do qual é possível capturar, de forma eficiente, não um, mas dois elétrons.

O mecanismo pode elevar a eficiência das células solares orgânicas em 44%, sem a necessidade de usar concentradores solares.

Quando um fóton atinge a molécula de pentaceno, ele cria um exciton, um par elétron-lacuna com um nível mais elevado de energia.

O exciton é quanticamente acoplado com o "estado sombra", chamado multiexciton.

Esse estado escuro é uma fonte eficiente para a transferência de dois elétrons para um material receptor de elétrons, como um fulereno C60, usado pelos pesquisadores neste experimento.

 

Bibliografia:
Observing the Multiexciton State in Singlet Fission and Ensuing Ultrafast Multielectron Transfer
Wai-lun Chan, Manuel Ligges, Askat Jailaubekov, Loren Kaake, Luis Miaja-Avila, Xiao-Yang Zhu
Science
16 December 2011
Vol.: 334 no. 6062 pp. 1541-1545
DOI: 10.1126/science.1213986

Fonte:

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Câmeras com retina artificial capturam imagens sem distorções

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/12/2011

Câmeras com retina artificial capturam imagens sem distorções

Os sensores côncavos podem se transformar em retinas artificiais ou criar novas câmeras capazes de capturar imagens sem distorções e aberrações.[Imagem: University of Illinois/Urbana-Champaign]

 

Sensor hemisférico

Pesquisadores norte-americanos apresentaram o primeiro sensor hemisférico para câmeras digitais e, no futuro, também para implantes em seres humanos.

O sensor curvilíneo elimina as distorções ópticas e as aberrações associadas com os sensores planos convencionais, os chamados CCDs.

A indústria nunca estranhou os sensores planos porque já estava acostumada com os velhos filmes, que também se tornavam superfícies planas ao se desenrolarem para produzir cada foto.

Mas isso sempre teve um elevado custo em termos de correção das distorções ópticas - basta lembrar que o sensor óptico do olho humano, a retina, é uma superfície côncava.

 

Plano sobre curva

O novo sensor é fruto da cooperação de uma equipe da Universidade de Illinois, que desenvolveu um conceito de uma câmera similar ao olho humano, e um grupo da Universidade Northwestern, que desenvolveu circuitos integrados superflexíveis.

O principal melhoramento é que agora é possível fabricar os componentes optoeletrônicos de silício, assim como as interconexões deformáveis, diretamente sobre a superfície côncava, mas usando as mesmas técnicas usadas nos materiais planos.

Este era o elo que faltava para que a tecnologia pudesse passar para a fase de desenvolvimento em escala industrial.

 

Retina artificial

Além de câmeras mais precisas, sem distorções e sem aberrações, o novo sensor pode se transformar em uma retina artificial implantável, algo impossível de se fazer com sensores planos e rígidos, como os usados nas câmeras digitais.

Os pesquisadores colocam essa possibilidade em termos mais genéricos, afirmando que "o sensor curvilíneo pode oferecer oportunidades para novas classes de sistemas de imagens nos quais a otimização do projeto envolve não apenas a configuração das lentes, mas também a geometria dos detectores."

Fonte:

Segurança da Internet pode passar do IP para o conteúdo

Com informações do Jornal da Unicamp - 19/12/2011

Modelo de segurança da Internet pode passar do IP para o conteúdo

Quando a internet foi criada, seus idealizadores não podiam imaginar no que ela se transformaria. [Imagem: Caltech]

 

Do IP ao conteúdo

Um pesquisador brasileiro faz parte de um grupo que está propondo mudar o modelo de segurança da internet.

"O que estamos propondo é que a segurança deixe de ser baseada no endereço de IP [Internet Protocol] e passe a ser balizada pelo conteúdo," explica Walter Wong, que dividiu seu trabalho entre a Unicamp e a Universidade de Helsinque, na Finlândia.

Segundo Walter, quando a internet foi criada, seus idealizadores não podiam imaginar no que ela se transformaria.

A segurança não era exatamente a principal preocupação na época, dado que a proposta inicial era ligar fisicamente pontos distantes para promover a transferência de bits - e esses bits eram basicamente textos ou números associados a experimentos científicos.

Com o passar do tempo, porém, as pessoas passaram a utilizar a rede para uma série de atividades, como gerar e consumir conteúdos, fazer compras, pagar contas, assistir filmes etc.

"Ou seja, hoje temos uma nave espacial funcionando sobre uma base simples", compara Walter.

 

Servidores móveis

O grande problema relativo à segurança da Web, segundo ele, é que o seu princípio está baseado no IP, que é representado por um número. Este, além de identificar o endereço, identifica também o usuário ou provedor.

É aí que surge um imbróglio, cita o engenheiro da computação: "Quando a internet foi criada, isso fazia sentido, porque as máquinas eram imensas e dificilmente seriam transferidas de lugar. Hoje, porém, nós temos notebooks, celulares e tablets que nos proporcionam mobilidade. Ou seja, não é razoável identificar um host (servidor de informações) pelo seu endereço físico, visto que ele pode se deslocar para qualquer lugar do mundo", explica.

Ademais, continua Walter, quando uma pessoa se conecta à rede para fazer uma compra num determinado site, por exemplo, ela não faz ideia de onde o provedor dessa empresa está de fato localizado.

"Trata-se de uma relação de confiança. Entretanto, essa confiança poderia ser ampliada se a arquitetura da internet permitisse basear a segurança no conteúdo e não no endereço IP", reforça.

Para chegar à sua proposta, Walter teve que trabalhar com o desenvolvimento de softwares e algoritmos específicos.

A ideia central foi estabelecer um mecanismo de autenticação de dados eficiente e explícito, de forma independente do host de onde os conteúdos foram obtidos.

 

Rede orientada a conteúdos

Em termos simples, no novo modelo proposto por Walter, a rede física também passa a ser orientada a conteúdos.

Assim, a pessoa que se conectar à internet para, por exemplo, assistir um vídeo no Youtube, não precisará mais se preocupar se o servidor está nos Estados Unidos, na China ou Brasil.

"As credenciais estarão vinculadas ao próprio conteúdo. Nesse caso, o usuário poderá até mesmo baixar algo vindo de um servidor inseguro ou suspeito, pois terá certeza de que o conteúdo é original e seguro", afirma o engenheiro da computação.

 

Internet do futuro

Atualmente, informa Walter, diversos grupos estão envolvidos em pesquisas relacionadas à "Internet do Futuro".

Os estudos nessa área estão divididos em basicamente duas correntes.

Uma delas trabalha com a perspectiva da evolução da Internet atual, que incorporaria as "mutações" necessárias para que a rede mundial se adapte aos novos tempos.

A outra pretende partir do zero para propor uma nova arquitetura para a rede. É nesta que o trabalho de Walter está inserido.

No Brasil, além da Unicamp, há grupos de São Paulo e do Rio de Janeiro envolvidos com o tema.

Questionado sobre como imagina que será a migração da internet do presente para a internet do futuro, o pesquisador diz acreditar que esse processo não deverá ser traumático, mas também não será absolutamente tranquilo.

Ele lembra que essa passagem dependerá de diversos fatores, entre eles o econômico e o político: "Do ponto de vista do usuário comum, porém, não deve haver maiores problemas. Na prática, isso não afetará a vida dele, a não ser lhe proporcionando mais segurança para suas atividades virtuais".

Fonte: