quarta-feira, 25 de abril de 2012

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/04/2012

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides

Por mais entusiasmante que possa parecer, é fácil concluir que dificilmente uma empresa se viabilizará economicamente neste século fazendo mineração espacial. [Imagem: Bryan Versteg/Spacehabs.com]

 

Mineração de asteroides

Um time de bilionários norte-americanos apresentou planos para iniciar a era da mineração espacial, explorando água e metais de asteroides.

A proposta é ousada porque, apesar dos primeiros esforços da iniciativa privada rumo à exploração espacial, o único negócio espacial propriamente dito hoje são os satélites artificiais.

Tudo o mais é ciência espacial, bancada por governos e por algumas entidades sem fins lucrativos.

A era das naves espaciais privadas já está em andamento, mas mesmo o turismo espacial está com sua agenda bastante atrasada em relação ao previsto - a construção do primeiro hotel espacial deveria ter começado em 2006, e os turistas já deveriam estar admirando as paisagens terrestres desde 2008, ouvoando em um avião-foguete desde 2010.

Isto faz com que os planos da recém-lançada Planetary Resources sejam vistos com enorme interesse, mas sem dar muita atenção à agenda proposta.

A empresa fala em prospecção mineral no espaço em um prazo de cinco a 10 anos - a prospecção é a etapa que antecede a mineração, consistindo na identificação dos depósitos minerais e na verificação de sua viabilidade econômica.

 

Prospecção mineral espacial

A prospecção mineral espacial começará pelos asteroides.

O plano consiste em lançar um telescópio espacial, pequeno, mas muito versátil, capaz de observar com precisão os chamados NEOs (Near Earth Objects, objetos próximos à Terra), os mesmos asteroides que vez por outra passam raspando pela Terra, e mais raramente se chocam com nosso planeta.

O "mineral" de interesse mais imediato é a água, que poderia ser eletrolisada usandoenergia solar para criar oxigênio e hidrogênio - combustíveis para as etapas seguintes da mineração e da exploração espacial em geral.

Finalmente, uma vez encontrados, seriam explorados outros minerais, embora a empresa não tenha ainda planos precisos de como extrair ouro e platina, ou qualquer outro metal de um asteroide, e trazer tudo para a Terra.

Falar em ouro e platina atrai a atenção, devido ao elevado valor desses metais. Mas aPlanetary Resources terá que se preocupar com recursos aqui na Terra mesmo, se quiser viabilizar um projeto de longo prazo em busca de recursos minerais espaciais.

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides

Os entraves econômicos do projeto darão tempo para que uma negociação internacional estabeleça um tratado determinando a quem pertencem os asteroides. [Imagem: Planetary Resources]

 

"Inovações" em custo

A empresa afirma estar ciente disso, mas que está contando com "inovações em custo".

"Nós estamos incorporando inovações recentes na microeletrônica, dispositivos médicos e tecnologia da informação de uma forma que não é usada tradicionalmente por espaçonaves robóticas," diz a empresa.

Entre essas tecnologias destacam-senaves capazes de voar em formação,comunicações espaciais por meios ópticos e micropropulsores.

"A Planetary Resources está trabalhando ativamente nestas áreas por conta própria, assim como para a NASA e para o benefício de toda a comunidade científica espacial."

Isto parece dar uma pista muito clara, não apenas do primeiro grande cliente da empresa, como também da "carteira de tecnologias" à sua disposição, dispensando os custos de desenvolvimento - eventualmente uma das "inovações" para diminuição dos custos.

A NASA já anunciou que enviará uma sonda robotizada para coletar amostras de um asteroide e até já fez simulações de uma missão tripulada a um asteroide.

A Planetary Resources afirma que usará os estudos da NASA para seleção dos alvos mais promissores. Em troca, os levantamentos de suas sondas robóticas poderão ajudar a agência espacial a selecionar alvos para futuras missões tripuladas.

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides

O telescópio espacial Leo será a primeira e fundamental etapa no projeto da empresa, permitindo a observação precisa dos asteroides nas proximidades da Terra a partir de uma órbita baixa. [Imagem: Planetary Resources]

 

Mineração espacial

O primeiro mineral de interesse será a água, que pode fornecer suprimentos para voos espaciais mais ousados, incluindo, além de água potável e ar, proteção contra radiação espacial e combustível.

A empresa afirma ter mapeado pelo menos 1.500 asteroides que seriam "tão fáceis de alcançar quanto a Lua". Considerando a viagem de volta, esse número sobe para mais de 4.000.

Na verdade, é mais fácil aproximar, pousar e decolar de um asteroide do que da Lua porque a gravidade desses corpos é muitíssimo menor - praticamente toda a operação pode ser feita com os micropropulsores usados para manobras de satélites artificiais.

O próximo passo serão os metais, sobretudo os do grupo da platina, usados emcatalisadores e em outras aplicações de alta tecnologia.

"Além de trazê-los de volta para a Terra, os metais dos asteroides também poderão ser usados diretamente no espaço. Metais como ferro e alumínio podem ser levados para pontos de coleta no espaço para serem usados como material de construção, fabricação de escudos para espaçonaves e como matéria-prima para processos industriais, por exemplo, em uma futura estação espacial da NASA em L2," disse a empresa, referindo aoponto de Lagrange, onde a gravidade da Terra e da Lua se anulam.

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides

O Interceptor é um telescópio Leo com propulsão e instrumentação científica adicional. Ele ficará baseado em uma órbita geoestacionária e disparado assim que um asteroide for flagrado aproximando-se da Terra, indo até ele para coletar mais informações. [Imagem: Planetary Resources]

 

Custos dos minerais espaciais

Encontrar depósitos minerais na Terra já não é fácil, e minerá-los também não é algo tão simples quanto possa parecer porque os elementos químicos geralmente vêm em compostos que precisam ser quebrados - cada mina precisa adaptar o processo à composição química do seu próprio minério.

Junte-se a isso o fato de que missões espaciais podem ser tudo, menos baratas, e é fácil concluir que dificilmente uma empresa se viabilizará economicamente neste século fazendo mineração espacial.

A russa Phobos-Grunt planejava trazer 200 gramas de amostras da lua Fobos de Marte a um custo incrivelmente baixo, de US$160 milhões, mas falhou na tentativa.

Mesmo assim, a "poeira" espacial, com valor científico inestimável, teria um "valor de mercado" de US$800 milhões o quilograma.

A próxima opção é a Osiris-Rex, da NASA, que pretende trazer 60 gramas do asteroide RQ36, a um custo de US$800 milhões, sem contar o foguete, que ainda não foi definido - o que vai inflacionar o preço da poeira espacial para US$13,3 bilhões o quilograma, no mínimo.

A ainda incerta ExoMars vai custar US$1,6 bilhão, mas ainda não está definido quantos gramas ela poderá trazer da poeira de Marte.

Por outro lado, em um esquema "industrial", em que diversas naves gêmeas sejam lançadas, o custo pode cair rapidamente: é o que acontecerá com a sonda japonesaHayabusa, que teve sucesso limitado na primeira tentativa, mas que será seguida por uma irmã-gêmea nos próximos anos, sem que a JAXA precise arcar com novos custos de desenvolvimento.

O lado positivo é que esses entraves econômicos darão tempo para que uma negociação internacional estabeleça um tratado determinando a quem pertencem os asteroides, como eles deverão ser explorados e a quem caberá os benefícios dessa exploração - eventualmente fundando a era do ambientalismo espacial.

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides

O Rendezvous Prospector será um Interceptor com comunicação a laser e maior autonomia, permitindo alcançar asteroides mais distantes. [Imagem: Planetary Resources]

 

Espaço privado

A Planetary Resources tem a seu favor o fato de que os custos elevados da exploração espacial derivam de empreendimentos estatais.

"O objetivo de curto prazo da Planetary Resources é reduzir dramaticamente o custo da exploração de um asteroide," afirma a empresa.

"Nós vamos combinar as melhores práticas de inovação aeroespacial comercial, adaptabilidade operacional e manufatura rápida para criar exploradores robotizados que custarão uma ordem de magnitude menos do que os sistemas atuais." - isto significa 10 vezes menos.

É fato que, se o homem planeja explorar o espaço, é necessário começar de alguma forma.

Mas também é fato que, sem previsão de lucrar com a empreitada, tudo indica que o projeto é mais um que gravitará em torno da cada vez mais privatizada NASA.

As naves provavelmente sairão mais baratas do que se fossem fabricadas pelo governo. Contudo, levando em conta o lucro privado que passa a entrar na equação, o contribuinte não pagará menos pela mesma exploração.

A Planetary Resources foi fundada em 2009 pelos pioneiros do turismo espacial Eric Anderson e Peter Diamandis. Para este projeto, eles receberam o apoio e os recursos financeiros, entre outros, do cineasta James Cameron, Larry Page, um dos fundadores do Google, e do presidente atual da empresa, Eric Schmidt.

Fonte: Inovação Tecnológica

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Você sabia que TVs também podem ter vírus?

Por Renan Hamann em 23 de Abril de 2012

Alterações em códigos de aparelhos eletrônicos podem causar vários problemas. Entenda como isso está acontecendo.

Internet na TV: uma ótima porta de entrada para os vírus. (Fonte da imagem: Divulgação/Samsung)

 

A tecnologia continua avançando e isso permitiu que a internet chegasse a aparelhos nos quais ninguém esperava essa inovação. Hoje, temos internet nos televisores e até mesmo alguns modelos de geladeira já começam a ter conectividade integrada. Isso quer dizer que estamos cada dia mais conectados, mas também que a cada dia estamos mais expostos a ações de pessoas mal-intencionadas.

Pode parecer conspiratório, mas são grandes as possibilidades de haver hackersespecializados em determinados eletrônicos no futuro. Segundo publicado pelo Ars Techninca, alguns especialistas em segurança digital já estão conseguindo encontrar falhas nos sistemas operacionais das televisões inteligentes, conseguindo até mesmo aplicar funções indesejadas a elas.

Uma Samsung D6000, por exemplo, foi alterada remotamente para ficar em loop de inicialização – sempre que ela era ligada, ficava sendo reinicializada em determinados períodos de tempo. Com uma Bravia da Sony ocorreu algo similar: alterando os códigos da TV foi possível fazer com que todos os comandos fossem travados, impedindo a troca de canais e alteração de volume.

Há motivos para preocupação?

É válido dizer que as duas televisões foram “invadidas” por equipamentos que estavam na mesma rede que elas, sendo dedicados a acessar o código-fonte. Ainda não há relatos de invasões realizadas por meio de ataques remotos. Mesmo assim, é preciso manter-se atento às possibilidades que os aparelhos estão oferecendo – tanto para o bem quanto para o mal.

Vale lembrar que, quando conectados à internet, os televisores podem não apenas acessar YouTube e outros serviços de vídeo, mas também podem ser utilizados para a visualização de contas bancárias e até mesmo transações financeiras. Roubos de dados são comuns em computadores invadidos e podem também passar a ser uma realidade com os televisores.

Mais uma possibilidade para os hackers (Fonte da imagem: iStock)

 

Precisamos pensar também que cada marca possui um determinado sistema operacional para seus televisores, o que forçaria os hackers a possuir técnicas individuais para cada um deles – e, possivelmente, isso impedirá muitos de agirem. Por outro lado, há chances de existirem TVs com sistemas operacionais de terceiros (como Windows ou Linux) no futuro. Ou seja, as possibilidades realmente existem.

Fonte: Tecmundo

Superbits são magneticamente mais independentes

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/04/2012

Superbits são magneticamente mais independentes

Imagens por microscópio eletrônico dos superbits (acima) e da seção da estrutura (embaixo). Os superbits são feitos de uma liga de cobalto-paládio.[Imagem: IOP]

 

Endereçamento direto

Engenheiros de Cingapura desenvolveram uma técnica de fabricação de bits magnéticos que permite o endereçamento direto de cada bit.

Segundo suas demonstrações iniciais, um disco rígido fabricado com a nova técnica pode alcançar uma densidade de armazenamento de 3,3 terabits por polegada quadrada, mais de seis vezes a densidade atual.

O resultado é superior ao obtido com os discos rígidos salgados e com astorres de informação 3-D, duas técnicas demonstradas recentemente.

 

Tecnologia dos discos rígidos

Cada bit de um disco rígido é formado por dezenas de grãos magnéticos nanoscópicos, que são dispostos de forma um tanto aleatória sobre os pratos do disco.

Há duas possibilidades de aumentar a densidade de gravação: reduzir o tamanho das partículas magnéticas ou reduzir o número de partículas por bit.

Infelizmente, é consenso geral na indústria que nenhuma das duas abordagens conseguirá superar o limite de 1 terabit por polegada quadrada.

 

Superbits magnéticos

Joel Yang e seus colegas do Instituto ASTAR agora apresentaram uma terceira via, uma abordagem alternativa que eles chamaram de BPM (bit-patterned media).

Ao contrário das médias granulares, a BPM é composta por conjuntos ordenados de "superbits" individuais, bem maiores do que os grãos dos bits magnéticos atuais, mas com a vantagem de poderem ser endereçados individualmente.

Isso reduz muito o ruído na gravação e na leitura, graças à "independência" dos superbits, que operam individualmente, permitindo aumentar a densidade de armazenamento.

E a técnica de fabricação dispensa a gravação litográfica, uma possibilidade que vem sendo aventada pela indústria, mas que é cara demais.

 

Testes para valer

Os pesquisadores fabricaram protótipos com sua técnica BPM que atingiram até 3,3 terabits por polegada quadrada, o equivalente a um "passo" de leitura de 15 nanômetros.

"A resolução da nossa técnica é maior do que os processos de litografia por feixe de elétrons porque usamos um processo em solução salina que produz estruturas nanopostes-resiste com uma densidade de até 15 nanômetros," disse Yang.

Nos testes para valer, de leitura e escrita, a melhor confiabilidade foi obtida com superbits de 20 nanômetros, o que equivale a 1,9 terabit por polegada quadrada.

Bibliografia:
Fabrication and characterization of bit-patterned media beyond 1.5 Tbit/in2
Joel K W Yang, Yunjie Chen, Tianli Huang, Huigao Duan, Naganivetha Thiyagarajah, Hui Kim Hui, Siang Huei Leong, Vivian Ng
Nanotechnology
Vol.: 22, 385301
DOI: 10.1088/0957-4484/22/38/385301

Fonte: Inovação Tecnológica