terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Conheça o telescópio sucessor do Hubble

Por Pedro Sirna, Atualizado: 6/1/2012 10:44

Novo observatório espacial da Nasa terá o dobro do tamanho e poderá observar até os limites do UniversoJames Webb leva nome de diretor da Nasa da época do projeto Apolo

James Webb leva nome de diretor da Nasa da época do projeto Apolo

Não há dúvidas de que o telescópio Hubble revolucionou o nosso entendimento do Universo. As imagens em ótima resolução do aparelho ajudaram astrônomos do mundo todo a estudar os corpos celestes e desvendar os segredos do cosmos. Mas como todo equipamento eletrônico, o Hubble está ficando velho e os cientistas da Nasa anseiam por novidade.

Para não deixar os astrônomos na mão, a agência espacial norte-americana já anunciou um novo telescópio que deverá substituir o Hubble em 2018. Batizado de James Webb, em homenagem ao diretor da Nasa no tempo do projeto Apolo, que levou o homem à Lua, o novo equipamento será quase três vezes maior que o seu antecessor, e segundo os cientistas, terá capacidade de observar todo o Universo, até os seus limites.

Enquanto o Hubble tem cerca de 13 metros de comprimento por 4 de largura e um espelho coletor de luz com 2,45 metros de diâmetro, o James Webb terá um comprimento total de 24 metros e 12 de altura, com espelho de 6,5 metros de diâmetro, que lhe permitirá cobrir área quase 15 vezes maior que o Hubble e coletar quase sete vezes mais luz.

Como a "potência" de um telescópio está na quantidade de luz que ele pode receber de um objeto - quanto maior o diâmetro de um telescópio, maior a sua "potência" – o James Webb poderá fotografar os corpos celestes e medir em detalhes a luz que vem deles.

Hubble_01

Outro aspecto importante que também ajuda a medir com grande precisão a posição dos objetos é estar no espaço, fora da atmosfera da Terra. O sucesso do Hubble se deve, sobretudo, a capacidade de tirar fotos sem interferencia da atmosfera terrestre.

O James Webb também estará no vácuo do espaço, mas enquanto o Hubble está a pouco menos de 600 quilômetros da superfície terrestre, o novo telescópio ficará afastado 1,5 milhão de quilômetros, numa órbita além da Lua e com ainda menos interferência atmosférica que a da órbita do Hubble.

A enorme distância, no entanto, aumenta os riscos do projeto. Se algo der errado e o telescópio precisar de reparos, não a nada que a Nasa poderá fazer. O próprio Hubble passou por esta situação quando, pouco depois de entrar em órbita em 1993, descobriu-se que o espelho principal tinha um defeito que impedia o telescópio de focar objetos com a precisão planejada.

Na ocasião, a Nasa treinou intensamente sete astronautas que voarem a bordo do ônibus espacial Endeavour até o observatório espacial para realizar um extenso trabalho a fim de instalar a ótica corretiva. Porém, com o James Webb não existe a possibilidade de uma missão tripulada viajar mais de um milhão de quilômetros para trocar uma câmera queimada.

JamesWebb_02

O custo no novo telescópio também representa outro empecilho. O projeto foi estimado inicialmente em US$ 3,5 bilhões, mas já foi recalculado diversas vezes e, atualmente, está estimado em US$ 8,8 bilhões. Além disso, o James Webb deveria ser lançado em junho de 2013, logo após o encerramento da vida útil do Hubble, mas cortes de verba da Nasa e a crise econômica mundial adiaram o lançamento.

Mesmo com tantos problemas, a Nasa matem o plano de lançar o novo telescópio em 2018 a bordo do foguete europeu Ariane 5 ECA, o maior transportador espacial do mundo, com capacidade de carregar mais de 10 toneladas. A agência espacial européia também terá participação de 15% no projeto, a mesma quantia que ela tinha com o Hubble.

Além da distância, do tamanho e da forma, a principal diferença entre o James Webb e o Hubble é o jeito de observar o Universo. Enquanto o Hubble enxerga as luzes ultravioletas e as visíveis ao olho humano, o Webb verá em luz infravermelha, o que lhe permitira enxergar os objetos mais distantes no Universo e ter imagens das primeiras galáxias formadas, assim como estudar os planetas que rodeiam estrelas distantes.

Com isto, os cientistas esperam começar a resolver alguns dos muitos mistérios do Universo, tais como a origem do cosmos, os processos iniciais do nascimento das estrelas, a formação dos exoplanetas e a real natureza das misteriosas matéria e energia escura.

Fonte: Nasa / MSN

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