quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Banda larga: governo diz que não vai aderir a 'pacto de mediocridade'

Ana Paula Lobo, Convergência Digital, 31/10/2011

Ao participar do III Seminário de infraestrutura da Fiesp - Federação das Indústris de São Paulo - que acontece nesta segunda-feira, 31/10, o secretério executivo do Minicom, Cezar Alvarez, mandou um recado às teles: As metas de qualidade da oferta da banda larga, definidas pela Anatel, serão cumpridas e fiscalizadas. "As operadoras vão ter que entregar o que venderam", sustentou, diante de uma plateia formada por representantes do setor de Telecom.

Alvarez lembrou ainda que se não houver avanços, o país ficaria nas metas impostas na privatização. E mandou um recado para as teles: não vai aderir ao que chamou de 'pacto da mediocridade". "As teles não podem dizer que não vão reduzir seus investimentos porque estão fadadas a entregar o que vendem. Não dá para vender 10 Mbits e entregar 1 Mbits. Pensar apenas no anteontem não funciona nesse setor. Não podemos deixar maturar os investimentos em 2G e 3G para pensar o futuro. Olhar pra frente é o desafio sim que se impõe para todos nós", desafiou.

A definição de metas de qualidade para a banda larga - entrega de 60% da velocidade contratada, definida pela Anatel para banda larga fixa e móvel - já tinha sido criticada pelo diretor de regulamentação da Oi,Paulo Mattos.

"Essa medida é algo irracional. É uma questão de quanto custa e quem vai pagar. Vai exigir mais investimentos que serão, como quase sempre, repassados para o consumidor", sustentou o executivo, que, no entanto, evitou em falar sobre possível ida à justiça. "Estamos avaliando os regulamentos", completou.

Se Alvarez mandou recados para o setor na sua participação no evento, também teve que ouvir duras criticas da Fiesp. Um dos temas em pauta foi a venda de frequências para a oferta de novos serviços. Para Carlos Cavalcanti, diretor de Infraestrutura da Fiesp, o governo acerta na manutenção do leilão de 4G para abril - apesar das reclamações das teles, que dizem não ser o melhor momento.

No entanto, lembrou o diretor da Fiesp, erra em sustentar uma política de comercialização de espectro pensando em arrecadar fundos para o cofre do Tesouro Nacional. "Esses recursos vão pagar contas públicas e não são revertidos para o setor. Isso é um equívoco para um país que precisa de infraestrutura para se desenvolver", reclamou o executivo.

Fonte: Convergência Digital

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