Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/04/2011
A simplificação do projeto é um marco no campo da holografia, sobretudo por dispensar o laser na projeção. [Imagem: Science/AAAS]
Pesquisadores japoneses conseguiram substituir os raios laser utilizados na geração de hologramas por uma fonte comum de luz branca.
O feito inédito é um passo importante rumo à criação de telas 3-D verdadeiras, simplificando o projeto do projetor holográfico e reduzindo seu custo.
Pairando no ar
A rigor, a nova técnica tem mais diferenças do que similaridades com a holografia tradicional.
Nos projetores holográficos atuais, a luz de um laser é projetada sobre o objeto. Os raios de luz que se refletem do objeto incidem sobre uma placa fotográfica, que grava informações sobre a amplitude e a fase de cada onda na forma de um padrão de interferência.
Então, quando a luz passa através do holograma, ela interage com o padrão de interferência de tal forma que a imagem do objeto surge "pairando no ar".
Embora as imagens estejam melhorando - a IBM prevê a chegada dos projetores holográficos ao mercado em cinco anos -, tendo sido possível inclusive a criação de um protótipo de TV holográfica, alguma informação se perde na geração da imagem a partir do padrão de interferência, o que faz com que os objetos apresentem cores ligeiramente diferentes quando vistos de ângulos diferentes.
Recentemente, pesquisadores alemães descobriram uma forma de gerar hologramas usando elétrons.
A grande vantagem da técnica é que os plásmons de superfície são excitados usando luz branca comum. [Imagem: Science/AAAS]
Holografia com plásmons de superfície
Na nova técnica, a geração do holograma também é baseada na atividade de elétrons, mas de elétrons que se deslocam na superfície de um filme metálico - os chamados plásmons de superfície.
Miyu Ozaki e seus colegas das universidades de Tóquio e Osaka, no Japão, descobriram uma forma de gerar hologramas multicoloridos, sem perda de informações de cores - os objetos são vistos com a mesma cor do objeto original, qualquer que seja o ângulo em que são olhados.
Isto foi possível com o uso da difração dos plásmons de superfície, ondas de elétrons livres que se propagam sobre a superfície de um metal.
Plásmons de superfície são quase-partículas - eles "emergem" quando os elétrons oscilam coletivamente na superfície de um metal.
Quando a luz incide sobre o metal, tendo uma frequência menor do que plásmons de superfície, essa luz é refletida - se a luz tiver uma frequência maior, ela é transmitida.
A grande vantagem da técnica é que os plásmons de superfície são excitados usando luz branca comum, que incide de vários ângulos não sobre uma placa fotográfica tradicional, mas sobre uma placa formada pelo material sensível à luz recoberto com um filme metálico, por onde os plásmons se propagam.
O ângulo de incidência da luz determina quais plásmons são excitados e difratados pelo holograma, reconstruindo as ondas de luz que chegarão aos olhos do observador, que enxergará a imagem 3-D sem necessitar de óculos especiais.
A simplificação do projeto é um marco no campo da holografia, sobretudo por dispensar o laser na projeção - o laser continua sendo necessário para a geração dos hologramas - e também um marco no campo do emergente campo daPlasmônica.
Bibliografia:
Surface-Plasmon Holography with White-Light Illumination
Miyu Ozaki, Jun-ichi Kato, Satoshi Kawata
Science
8 April 2011
Vol.: 332 no. 6026 pp. 218-220
DOI: 10.1126/science.1201045
Fonte: Inovação Tecnológica
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